Terça-feira, 23 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 8 de novembro de 2017
O presidente da República, Michel Temer, resolveu nomear o delegado Fernando Segóvia para o cargo de diretor-geral da PF (Polícia Federal). Segóvia vai substituir o atual diretor-geral, Leandro Daiello.
O anúncio foi feito por meio de nota do Ministério da Justiça na tarde dessa quarta-feira, após Segóvia e o ministro da Justiça, Torquato Jardim, terem sido recebidos por Temer. O governo assume o compromisso de não haver nenhuma mudança e interferência nos rumos da Operação Lava-Jato.
A saída de Daiello vinha sendo negociada desde quando Alexandre de Moraes ainda era titular do ministério. Daiello se dizia cansado, sob pressão da família e com a sensação de que já fez tudo o que tinha de fazer à frente do cargo.
Segóvia tem larga experiência em inteligência de fronteiras, questão considerada prioritária pelo governo no combate ao crime organizado. Ele foi também adido da PF na África do Sul e superintendente regional no Maranhão. Formou-se em Direito na UnB (Universidade de Brasília) e tem 22 anos de carreira.
Outro nome fortemente cogitado foi o do delegado Rogério Garolo, atual diretor executivo da PF e ex-adido em Washington. Ele, porém, assume a diretoria Américas da Interpol depois de obter 137 dos 140 votos dos países membros da entidade, em votação em Pequim, na China, há três semanas.
O anúncio da escolha foi divulgado mais cedo, pelo Planalto e pelo ministro da Justiça, e oficializado durante a tarde.
“O Ministério da Justiça comunica que o senhor Presidente da República escolheu nomear o Delegado Fernando Segóvia como novo diretor-geral do Departamento de Polícia Federal. Nesta mesma oportunidade, o ministro da Justiça expressa ao Delegado Leandro Daiello seu agradecimento pessoal e institucional pela competente e admirável administração da Polícia Federal nos últimos seis anos e dez meses” diz o comunicado.
Em nota, a Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais) se pronunciou sobre a nomeação, afirmando que não é a favor de reserva de cargos para delegados, mas que o escolhido é o que mais demonstrou ter condições.
Leia a nota da Fenapef:
“Sobre a nomeação do delegado de Polícia Federal, Fernando Segóvia, ao cargo de Diretor-Geral da Polícia Federal, pelo presidente Michel Temer, a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) esclarece que embora seja contra a reserva de cargos de comando para delegados, entre os nomes cotados pelo Executivo, Segóvia é o que demonstrou mais condições de assumir os trabalhos do Órgão nos próximos anos.
Fernando Segóvia chegou a ser sondado para o cargo em setembro e conta com a aceitação de todas as entidades de classe que representam servidores da Carreira, uma vez que novo diretor-geral já demonstrou interesse em ampliar o debate com os policiais federais.”