Quinta-feira, 13 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 17 de setembro de 2017
O presidente Michel Temer se reuniu na manhã deste domingo (17) com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Maia chegou ao Palácio do Jaburu, residência de Temer, às 10h06min, e permaneceu por cerca de 40 minutos, deixando o local pouco antes das 11h.
A expectativa é que Temer tenha novas reuniões ao longo do dia de hoje. Neste sábado (16), no Palácio do Planalto, Temer se reuniu com o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, além de outros assessores, dando prosseguimento aos preparativos para a viagem a Nova York, nos Estados Unidos.
A partir desta segunda-feira (18), ele participará da cerimônia de abertura da Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas). Temer também recebeu em seu gabinete o ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Augusto Nardes.
Frear
Maia foi aconselhado a diminuir a intensidade do apoio à agenda econômica e à pauta reformista do governo, ao menos enquanto o fantasma da nova denúncia pairar sobre a cabeça de Michel Temer.
Para aliados, neste momento, o figurino de defensor de propostas liberais deve sair de cena para dar lugar ao de um personagem isento. Principal beneficiário de eventual queda do peemedebista, Maia avisou que ficará “mais quieto do que nunca”.
Denúncia
Rodrigo Maia afirmou na última quinta-feira (14) que a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer apresentada pela PGR (Procuradoria-Geral da República) é “muito grave” e admitiu que a tramitação do processo vai paralisar os trabalhos da Casa.
“Denúncia contra presidente da República, independente de qual é a agenda, é sempre muito grave. Não tem como falar que vamos ter duas agendas relevantes no plenário da Câmara tendo uma denúncia contra presidente do Brasil”, disse Maia.
O presidente da Câmara evitou fazer previsão sobre se os deputados vão ou não dar aval para que Temer seja investigado por organização criminosa e obstrução de Justiça e afirmou que vai manter o seu papel de “árbitro” no processo. “Meu papel não é avaliar o mérito da denúncia. É respeitar a decisão da PGR e do Supremo Tribunal Federal”, disse.
Maia destacou ainda que vai seguir o regimento e cumprir a Constituição, assim como fez na primeira denúncia. “Temos que ter muita tranquilidade, é um momento muito difícil. Nosso papel é garantir equilíbrio e paz no Brasil”, disse.
O deputado se distanciou de Temer durante a tramitação da primeira denúncia. Sucessor natural ao cargo caso o peemedebista fosse afastado, ele manteve uma postura neutra, mas fez algumas movimentos que incomodaram aliados do presidente. Maia tem dito a interlocutores que o clima de desconfiança já começou a se repetir antes mesmo de a segunda denúncia ter sido apresentada. Para que a denúncia contra o presidente tenha seguimento, é preciso a autorização de dois terços dos deputados. Durante eventual julgamento no STF, o presidente é afastado por 180 dias. (AE)