Sábado, 03 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 27 de dezembro de 2020
O presidente ressaltou que nenhum laboratório apresentou ainda pedido de uso emergencial ou de registro de vacina junto à Anvisa
Foto: Marcelo Camargo/Agência BrasilO presidente Jair Bolsonaro afirmou neste domingo (27), nas redes sociais, que existem quatro laboratórios desenvolvendo estudos clínicos de vacinas contra o coronavírus no Brasil. No entanto, ele ressaltou que nenhum deles apresentou o pedido de uso emergencial ou de registro junto à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
“Temos pressa em obter uma vacina segura, eficaz e com qualidade, fabricada por laboratórios devidamente certificados. Mas a questão da responsabilidade por reações adversas de suas vacinas é um tema de grande impacto e que precisa ser muito bem esclarecido”, afirmou o presidente.
Bolsonaro disse que, caso exercesse pressões pela vacina, seria acusado de interferência e irresponsabilidade. “Tão logo um laboratório apresente seu pedido de uso emergencial, ou registro junto à Anvisa, e esta proceda a sua análise completa e o acolha, a vacina será ofertada a todos e de forma gratuita e não obrigatória”, garantiu.
“A Anvisa é uma agência de Estado, não de governo. Sua atuação é independente e reconhecida no mundo todo, pela excelência do trabalho dos seus servidores”, completou.
“Não dou bola”
Um dia antes, no entanto, o discurso do presidente foi o oposto. Ele disse que não se sente pressionado pelo fato de outros países já terem começado a vacinar sua população contra a covid-19.
“Não dou bola para isso”, disse, durante um passeio que fez por Brasília. Bolsonaro não utilizou máscaras durante todo o trajeto. Ele cumprimentou pessoas e entrou em estabelecimentos comerciais.
Bolsonaro deu a declaração ao ser questionado se o fato de outros países terem começado a imunizar suas populações poderia gerar uma pressão sobre o governo brasileiro.
Na América Latina, o México, o Chile e a Costa Rica iniciaram a vacinação contra a covid-19 na última quinta-feira (24).
No mesmo dia, um carregamento de 300 mil vacinas Sputnik V, de produção russa, chegou à Argentina. O lote permitirá ao país iniciar nesta terça-feira (29) uma campanha de imunização.
“Ninguém me pressiona para nada, eu não dou bola para isso. É razão, razoabilidade, é responsabilidade com o povo, você não pode aplicar qualquer coisa no povo”, afirmou o presidente.
Bolsonaro também lembrou que assinou uma medida provisória para comprar vacinas, mas que os imunizantes precisam de autorização da Anvisa para serem comprados.
O presidente afirmou ainda que os laboratórios fabricantes das vacinas não se responsabilizam por eventuais efeitos colaterais do produto.
“Em tudo que eu vi até agora, em vacinas que poderão ser disponíveis, tem uma cláusula que diz o seguinte: eles não se responsabilizam por qualquer efeito colateral”, declarou o presidente.