Quinta-feira, 06 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 20 de dezembro de 2021
A reabertura dos estádios para o público no Brasil em outubro trouxe de volta a presença de sócios-torcedores aos programas dos clubes. O principal caso talvez seja do Inter, que chegou a ter 95% de sócios no clássico com o Grêmio, no início de novembro. No geral, a média colorada foi de 87% no Brasileirão, encerrado no início deste mês. O clube gaúcho contava com o maior número de sócios no Brasil, com cerca de 100 mil inscritos, mas foi ultrapassado pelo Atlético-MG, cuja torcida está bastante motivada para a temporada 2022. O campeão brasileiro e da Copa do Brasil aproveitou a boa fase em campo para alavancar seus números. São, atualmente, mais de 126 mil associados ao programa.
O Inter tem números que representam também uma série de ações voltadas para aproximar os fãs do time. Uma delas, que ocorreu durante os jogos em Porto Alegre, foi o sorteio de dez sócios, com familiares, para acompanhar a delegação da equipe no hotel, assistir às partidas de uma tribuna especial e passar a noite num hotel reservado pelo clube.
“Os sócios são o maior patrimônio que o Internacional possui. De vários anos para cá, nós somos o clube com o maior quadro social e com a maior arrecadação financeira em termos sociais, o que representa muito no nosso orçamento e no nosso balanço financeiramente. Neste período de pandemia da covid-19, nós tivemos uma perda significativa do quadro social, embora sejamos no Brasil um dos clubes que menos perderam percentualmente sócios”, afirma Victor Grumberg, vice-presidente administrativo do Inter.
Outro clube gaúcho que obteve bons dados foi o Juventude. A força do Estádio Alfredo Jaconi, reformado este ano para a disputa da Série A, também trouxe a boa presença da torcida. O clube alcançou 6.300 inscritos e uma média de 40% de sócios ao programa. Se cada um desses pagar mensalidade de R$ 10, o clube arrecada R$ 63 mil. Os valores individuais são maiores. Há algumas faixas para o torcedor escolher.
“Durante todo o período da pandemia, os sócios- torcedores acreditaram no Juventude e continuaram contribuindo mesmo sem terem acesso aos jogos. Na volta, dedicamos quase a totalidade do espaço e permitimos para os nossos sócios subsidiar 70% do valor do ingresso para dois acompanhantes”, diz Fábio Pizzamiglio, vice-presidente de marketing do time gaúcho. O Juventude se salvou do rebaixamento na última rodada apoiado por quase 20 mil torcedores no Alfredo Jaconi.
Caçula na Série A e garantido para a disputa em 2022, o Cuiabá também viu seu público crescer de associados. O quadro de sócios chegou a 6 mil inscritos, com uma média de 30% deles na Arena Pantanal, número considerado surpreendente por ter sido o primeiro ano na divisão de elite.
“O apoio do sócio foi importante durante a pandemia e, consequentemente, na reabertura. A torcida em Cuiabá e região tinha um anseio grande de ver pela primeira vez os jogos na Série A, e ser sócio-torcedor o credencia para ter alguns privilégios. Esperamos que para 2022 a gente continue crescendo e veja o estádio cheio”, observa Cristiano Dresch, vice-presidente do clube do Mato Grosso, outro a confirmar sua permanência na elite na rodada derradeira.
O Botafogo, campeão da Série B, comemora outro tipo de número. O programa de sócio-torcedor do clube conquistou recentemente 4.500 novos adeptos desde o lançamento do novo programa, em junho. Já o faturamento médio nos últimos seis meses foi de R$ 640 mil, ante R$ 340 mil no período entre junho de 2020 e maio de 2021.
“É dinheiro novo que estamos trazendo para a mesa do clube sem recorrer ao caminho mais comum de sacrificar a receita de bilheteria. Precisamos dar o benefício para os sócios-torcedores, mas não podemos entregar um produto que a conta não fecha. Os sócios, desde o primeiro momento de reabertura do estádio, foram priorizados”, explica Pedro Souto, gerente de negócios do Botafogo.
O clube alvinegro criou uma política de descontos progressivos. A partir do plano mais barato, o sócio já tinha pelo menos 50% de desconto no valor do ingresso para os jogos. “Para a próxima temporada, avançaremos ainda mais, escutando a torcida, olhando para o mercado e para as nossas contas. O relacionamento com o torcedor é fundamental e o Camisa 7 é a unidade de negócio com mais potencial do clube”, comenta Souto.
Confira o top 10 do ranking de sócios do mês de dezembro*:
– Atlético-MG: 126.254;
– Internacional: 75.100*;
– Flamengo: 65.868;
– Grêmio: 64.000*;
– Vasco: 48.758;
– Palmeiras: 43.587;
– Corinthians: 40.344*;
– Fluminense: 32.495;
– Ceará: 31.800;
– São Paulo: 31.250.
* Clubes não disponibilizam números atualizados do programa de sócio em suas plataformas oficiais. Balanço faz referência ao mês de outubro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.