Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 20 de janeiro de 2022
O tenista Novak Djokovic, que foi deportado da Austrália no último domingo por não comprovar a vacinação, tem uma participação de 80% na empresa de biotecnologia dinamarquesa QuantBioRes, que pretende desenvolver um tratamento médico para combater a covid-19, disse o presidente-executivo da empresa à Reuters na quarta-feira.
O CEO Ivan Loncarevic disse que o investimento foi feito em junho de 2020, mas se recusou a dizer quanto foi.
A QuantBioRes tem cerca de 11 pesquisadores trabalhando na Dinamarca, Austrália e Eslovênia, de acordo com Loncarevic, que enfatizou que a pesquisa é para desenvolver um tratamento, não uma vacina.
A empresa está desenvolvendo um peptídeo, que inibe o coronavírus de infectar a célula humana, e espera lançar testes clínicos na Grã-Bretanha ainda neste verão.
O sérvio esteve no centro da polêmica antivacina na última semana ao tentar entrar na Austrália para disputar o Australian Open sem comprovante de vacinação obrigatório para a participação no Grand Slam. Ele argumentou que possuía uma isenção médica dada por autoridades médicas do torneio. O documento não foi aceito num primeiro momento, e, depois de dos recursos, Djokovic teve o visto cancelado e foi obrigado a deixar o país.
Recurso
Os três juízes que rejeitaram o recurso do sérvio Novak Djokovic para permanecer na Austrália revelaram em acórdão divulgado nesta quinta-feira que o risco do tenista “influenciar” grupos antivacina foi determinante para a sentença. O trio também defendeu a “racionalidade” do governo australiano de cancelar o visto do atleta por não comprovar imunização contra a Covid-19.
“A possível influência vem do senso comum e da experiência humana: uma estrela icônica do tênis mundial pode influenciar pessoas de todas as idades, jovens ou idosas, especialmente os jovens, a imitá-lo. Isso não é fantasioso; não precisa de provas”, ressalta o documento.
Os representantes do Tribunal Federal também defenderam a atitude do ministro da imigração Alex Hawke, que cancelou o visto de Djokovic logo que ele desembarcou no país.
“Não era irracional a preocupação do ministro de que o alegado apoio de alguns grupos antivacinação à aparente posição do sr. Djokovic sobre a vacinação pudesse estimular concentrações e protestos e conduzir a uma maior transmissão comunitária do vírus”, afirmaram os juízes. As informações são da agência de notícias Reuters e do jornal O Globo.