Quarta-feira, 27 de agosto de 2025

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Mundo Tensão no Caribe: Venezuela anuncia patrulhamento com navios e drones diante de mobilização militar dos Estados Unidos

Compartilhe esta notícia:

O anúncio foi feito pelo ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López. (Foto: Reprodução)

O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, anunciou nessa terça-feira (26) uma operação de patrulhamento por ar e mar, com drones e navios, em meio às movimentações de embarcações americanas no Caribe e à escalada das tensões na Colômbia, com quem divide mais de 2 mil quilômetros de fronteira. Na véspera, o ministro do Interior, Justiça e Paz, Diosdado Cabello, número dois do chavismo, já havia antecipado o destacamento de 15 mil soldados aos estados de Táchira e Zulia, na divisa com o vizinho.

Segundo Padrino, o reforço militar cobrirá 815 km dos 2.219 km de fronteira entre os dois países, indo de Castillete, em Zulia, até o Táchira. A ação envolve 60 Unidades de Reação Rápida (Urras), 30 em cada estado, cada uma com 250 soldados.

“Teremos um corredor aéreo importante, com helicópteros, sistemas de escuta, vigilância e inteligência. Ao todo, são 15 mil militares sob ordem do nosso comandante em chefe”, afirmou o ministro em um vídeo publicado no Telegram.

O plano também prevê patrulhamento fluvial no Lago de Maracaibo, no Golfo da Venezuela e na região do Catatumbo, onde grupos criminosos disputam o cultivo de coca. Segundo o governo, as operações serão realizadas por fuzileiros navais com embarcações de vigilância.

Padrino confirmou ainda a presença de navios no norte das águas territoriais do país, mas não esclareceu se a medida responde à mobilização ordenada pelo governo de Donald Trump, que recentemente enviou três navios de guerra, mais de 4 mil fuzileiros e equipamentos para uma suposta operação contra o narcotráfico no Caribe, próximo à costa venezuelana.

O ministro disse que o envio de tropas faz parte do reforço da Operação Relâmpago do Catatumbo, que combate grupos armados na fronteira com a Colômbia. De acordo com autoridades do governo de Nicolás Maduro, o temor é de que a tensão no vizinho provoque um fluxo de criminosos fugindo pela fronteira.

“A ordem de operações será emitida em breve. A preparação é rápida porque conhecemos o território, a geografia e as características dos grupos armados, narcotraficantes e terroristas que tentam atravessar para o lado venezuelano”, afirmou.

Desde o início do ano, a Colômbia está mergulhada em uma crise de segurança que, nos últimos dias, escalou para ações terroristas em grandes centros urbanos. Nos primeiros meses do ano, a região de Catatumbo se viu diante de uma disputa sangrenta entre a guerrilha marxista Exército da Libertação Nacional (ELN) e a 33ª Frente, formada por dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que forçou mais de 56 mil pessoas a abandonar suas casas, cerca de 14% da população local.

Catatumbo é uma região economicamente empobrecida no nordeste da Colômbia onde há uma alta concentração de plantações de coca e de petróleo. Sua localização é particularmente estratégica para o ELN, que lucra com atividades como tráfico de drogas, mineração ilegal e extorsão na fronteira e frequentemente se refugia na Venezuela em momentos de tensão como o atual.

Neste mês, a violência que nos últimos anos parecia restrita a áreas mais afastadas se distribuiu para o resto da Colômbia, chegando desde grandes cidades como Cali como áreas remotas estratégicas, como o Cânion do Micay, um remoto disputado devido ao seu acesso ao Oceano Pacífico, por onde a cocaína é traficada para outros mercados. Segundo o governo do presidente Gustavo Petro, a ofensiva é uma “reação terrorista” ao avanço militar do Estado, que já recuperou 70% do território.

Nessa terça-feira, 34 militares foram feitos reféns por guerrilheiros do Estado-Maior Central (EMC), maior grupo dissidente das FARC, em área no sudeste da Colômbia, perto da fronteira com o Brasil e com a Venezuela.

Paralelamente, a Venezuela se mobiliza em sua costa diante das ameaças de Washington, que colocou um prêmio de US$ 50 milhões pela captura do presidente Nicolás Maduro, acusando-o de chefiar o grupo criminoso Cartel de los Soles, classificado pelos americanos como organização terrorista estrangeira.

A frota americana — que inclui três navios de guerra com capacidade de lançar mísseis, um submarino de propulsão nuclear e 4 mil fuzileiros navais — vinha em direção aos arredores da costa venezuelana na semana passada, mas precisou retornar para sua base em Norfolk, na Virgínia, em meio aos avanços do furacão Erin no Caribe.

Na segunda-feira, a frota voltou a navegar em direção às águas caribenhas. No entanto, não há informações claras sobre para onde ou quando a frota americana chegará próximo da Venezuela.

Em resposta, Maduro convocou 4,5 milhões de reservistas da Milícia Bolivariana, um corpo vinculado às Forças Armadas que integra civis e que seus críticos afirmam ter uma forte carga ideológica. Especialistas, no entanto, contestam o número.

Uma possível invasão americana se tornou pauta de discussões nas ruas da Venezuela, entre piadas e preocupação. No entanto, analistas veem distante o cenário de uma operação direta contra a Venezuela.

“Acho que o que estamos vendo representa uma tentativa de criar ansiedade nas esferas do governo e obrigar Maduro a negociar algo”, explicou à AFP o analista Phil Gunson, do Crisis Group.

Caracas exigiu ainda nesta terça-feira, nas Nações Unidas, “o cessar imediato do deslocamento militar americano no Caribe”, segundo um comunicado. O chanceler Yván Gil pediu o apoio do secretário-geral da ONU, António Guterres, para “restabelecer o bom senso”. As informações são do jornal O Globo e de agências internacionais de notícias.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Mundo

Imagem desfavorável dos Estados Unidos dispara entre brasileiros, diz pesquisa
Presidente da Argentina, Javier Milei defende irmã após suspeita de corrupção e acusa o kirchnerismo de “semear o caos”
https://www.osul.com.br/tensao-no-caribe-venezuela-anuncia-patrulhamento-com-navios-e-drones-diante-de-mobilizacao-militar-dos-estados-unidos/ Tensão no Caribe: Venezuela anuncia patrulhamento com navios e drones diante de mobilização militar dos Estados Unidos 2025-08-26
Deixe seu comentário
Pode te interessar