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Saúde Terceira dose da vacina contra a covid promove uma resposta ainda mais rápida do sistema imunológico do que a imaginada

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Procedimento estará disponível das 10h às 19h, junto com outros serviços. (Foto: Marcello Campos/O Sul)

Uma pesquisa da Ufrj (Universidade Federal do Rio de Janeiro) mostra que a terceira dose da vacina contra a covid-19 promove uma resposta ainda mais rápida do sistema imunológico do que a imaginada. Em geral, a vacinação faz com que anticorpos sejam produzidos cerca de 15 dias após a inoculação da segunda dose. Mas com a terceira dose, esse prazo cai para sete dias, segundo o novo estudo, que evidencia a potência das vacinas num momento em que o mundo teme a emergência da Ômicron.

À frente da análise, o professor de imunologia e coordenador do Laboratório de Virologia Molecular da UFRJ, Orlando Ferreira, acredita que dificilmente as vacinas deixarão de ser efetivas, mesmo com a nova variante ômicron. Ferreira explica que a defesa proporcionada pelas vacinas é ampla.

Mesmo que parte da eficácia seja reduzida, ainda haverá proteção. E uma terceira dose de fato reforçará essas defesas.

“Para as vacinas se tornarem ineficazes, o coronavírus precisaria mudar completamente e esse não é o caso agora. Temos que lembrar que o objetivo principal da vacinação contra o SARS-CoV-2 é evitar os casos graves e mortes e isso os números diários da pandemia nos mostram que está sendo alcançado”, enfatiza Ferreira.

O estudo foi realizado com a análise da produção de anticorpos neutralizantes, aqueles que de fato impedem que o vírus entre em nossas células, de 250 pessoas com três doses de vacina (duas de CoronaVac e o reforço com a Pfizer). Todas apresentaram anticorpos neutralizantes no máximo sete dias após a dose de reforço. É um resultado expressivo e positivamente surpreendente, segundo os pesquisadores.

A análise da terceira dose integra um estudo maior realizado no Centro de Triagem e Diagnóstico da UFRJ, coordenado pela professora Terezinha Castiñeiras. O CTD tem vacinado e testado profissionais de saúde e de outras áreas da rede pública com alta exposição ao coronavírus desde março de 2020. O grupo de 250 com terceira dose faz parte de outro maior, com 620 pessoas, acompanhadas com testes regulares desde o início da vacinação.

“Temos confiança em nossos dados porque monitoramos a evolução dos anticorpos desses voluntários desde o início”, explica Ferreira.

Ele destaca que a vacinação não bloqueia a transmissão. Porém, como quase sempre impede o agravamento da covid-19, o vírus continua a circular em casos assintomáticos e leves, que passam despercebidos. E pode matar ou adoecer com gravidade caso infecte um vulnerável, em especial pessoas com comorbidades e idosos.

Como as defesas adquiridas contra a covid-19, tanto por vacina quanto por adoecimento prévio, se enfraquecem com o tempo, precisam ser renovadas por doses de reforço. O tempo de duração da imunidade varia entre indivíduos, mas após seis meses quase todo mundo perdeu anticorpos neutralizantes.

“A terceira dose levanta de novo barreiras potentes. Ela não aumenta a qualidade, mas a quantidade de defesas”, frisa Ferreira.

Isso acontece porque a qualidade do treinamento proporcionado pelas vacinas permanece. A defesa promovida pelas vacinas é mais vasta do que apenas a produção de anticorpos. Células de memória imunológica são produzidas e estocadas. Elas são permanentes e podem potencialmente ampliar o leque de anticorpos específicos contra o vírus.

Isso significa que funcionam como uma reserva estratégica, capaz de reconhecer pequenas alterações no vírus e, portanto, atuar contra as variantes.

“Precisaria haver uma transformação completa do vírus para que essas células de memória não fossem capazes de reconhecer o Sars-CoV-2”, observa o cientista.

Além disso, de acordo com ele, ao fazer o corpo produzir mais anticorpos rapidamente, a terceira dose da vacina também aumenta a munição do organismo, mesmo que o inimigo seja uma variante repleta de mutações, caso da ômicron.

O que estudo com outras variantes mostraram até agora é que uma determinada quantidade de anticorpos eficaz contra o vírus de Wuhan (a cepa original do coronavírus), por exemplo, não é suficiente para bloquear completamente uma variante.

“A título de exemplo, digamos que antes você precisasse de 100 anticorpos para atacar a cepa de Wuhan. Agora, com mais mutações seriam necessários 1.000. É essa vantagem quantitativa que a dose de reforço vai lhe proporcionar”, diz Ferreira.

Ele explica que o ideal seria que as vacinas contra a covid-19 tivessem como alvo regiões menos suscetíveis a mutações do genoma do coronavírus. Porém, isso não foi ainda alcançado. Ele pondera que uma vacina específica contra a ômicron, por exemplo, não é necessariamente a única opção, pois pode deixar flancos expostos a outras variantes. Seja porque as antigas não desapareceram completamente seja porque novas, muito provavelmente, surgirão.

“O que precisamos ter em mente é que as vacinas continuam a ser armas poderosíssimas contra a pandemia”, ressalta Ferreira. As informações são do jornal O Globo.

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https://www.osul.com.br/terceira-dose-da-vacina-contra-a-covid-promove-uma-resposta-ainda-mais-rapida-do-sistema-imunologico-do-que-a-imaginada/ Terceira dose da vacina contra a covid promove uma resposta ainda mais rápida do sistema imunológico do que a imaginada 2021-12-04
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