Domingo, 13 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 7 de outubro de 2020
Uma vacina experimental chinesa contra a covid-19, desenvolvida pelo Instituto de Biologia Médica e supervisionada pela Academia Chinesa de Ciências Médicas, mostrou resultados positivos em testes clínicos no estágio inicial, de acordo com informações divulgadas pelos autores da pesquisa.
Segundo os dados preliminares em pré-print (artigo científico sem revisão de outros cientistas), a aplicação da vacina não apontou reações adversas graves e apresentou um bom índice de segurança. Nesta etapa inicial, o imunizante foi dado a 191 participantes saudáveis com idades entre 18 e 59 anos.
Algumas reações adversas foram relatadas, no entanto. As mais comuns foram dor amena, fadiga leve e vermelhidão, coceira e inchaço no local da injeção. A candidata também induziu a uma reação imunológica considerável.
“Todos os dados obtidos neste teste apoiam a segurança e a imunogenicidade desta vacina não-ativada no que diz respeito a estudos de sua eficiência no futuro”, disse o artigo.
A China tem ao menos quatro vacinas experimentais em testes em humanos. No Brasil, o governo de São Paulo está apostando em uma delas, a Coronavac, desenvolvida pelo laboratório Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. Em 23 de setembro, o governador do Estado, João Doria, afirmou que 94,7% dos mais de 50 mil voluntários que participam dos teste na China não apresentaram efeitos adversos.
“Esses resultados comprovam que a Coronavac tem um excelente perfil de segurança e comprova também a manifestação feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS), indicando a Coronavac como uma das 8 mais promissoras vacinas em desenvolvimento no seu estágio final em todo o mundo”, disse Doria.
Executivos
Cerca de 180 executivos de duas empresas chinesas envolvidas no desenvolvimento de possíveis vacinas contra covid-19 no país asiático testaram os antígenos antes da aprovação dos testes clínicos em humanos para “liderar pelo exemplo”, publicou nessa quarta-feira (7) o jornal “South China Morning Post”.
O vice-presidente do Grupo Nacional de Biotecnologia da China (CNBG, uma subsidiária da farmacêutica estatal Sinopharm), Zhang Yuntao, disse em declarações citadas pelo jornal: “Temos muita confiança em nossas vacinas. Somos responsáveis pelo seu desenvolvimento e temos de dar o exemplo, por isso testamos as vacinas no nosso próprio corpo”, afirmou.
A decisão foi tomada em março, dias antes de serem autorizados os testes clínicos em humanos das vacinas de ambas as empresas, apesar dos protocolos farmacêuticos modernos que consideram antiético uma empresa testar seus medicamentos nos próprios funcionários. Os testes incluíram o presidente da Sinopharm, Liu Jingzhen, e o presidente do CNBG, Yang Xiaoming, além de Zhang.
O número dois da empresa explicou que não foi possível verificar diretamente a eficácia da vacina – na China a epidemia está sob controle, a julgar pelo relaxamento das medidas preventivas e dos números oficiais – mas que participaram de comparações de níveis de anticorpos com pacientes recuperados da covid-19.