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Por Redação O Sul | 22 de fevereiro de 2016
Embora a zika tenha contribuído para a declaração de emergência internacional e o Ministério da Saúde tenha tornado compulsória a sua notificação, o principal teste para diagnosticar o vírus ainda não tem cobertura obrigatória dos planos de saúde privados, segundo a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).
Na rede privada, a realização do teste genético do tipo PCR (Proteína-C Reativa) custa cerca de 1,6 mil reais. Na rede pública, ao menos 16 laboratórios fazem a análise no Brasil. Conforme a ANS, a justificativa para não incluir os testes por PCR no rol dos obrigatórios é que eles ainda não estão plenamente disponíveis. Em nota, o órgão afirmou que os exames específicos existentes para diagnóstico tiveram autorização para comercialização no início deste mês.
Para o biólogo José Eduardo Levi, professor da USP (Universidade de São Paulo), os planos deveriam cobrir os testes. “Se eu tiver sintomas de zika, vou querer fazer o teste. A ANS incluiu o teste de dengue no rol e 99% das pessoas que vão pedi-lo estão na fase dos sintomas. O argumento não faz sentido.”
De acordo com o médico João Renato Rebello Pinho, do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, até agora o principal recurso para diagnosticar a doença é a observação do caso clínico. “É muito difícil fazer o diagnóstico diferencial, porque a zika, a dengue e a chikungunya têm sintomas muito semelhantes”, afirmou. (AE)