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Geral Tragédia expõe falhas em modelo de controle de multidão da Coreia do Sul

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Vários jovens, a maioria entre os 20 anos, morreram esmagados depois que um número elevado de pessoas entrou em um beco. (Foto: Reprodução)

Conhecida por sua resposta rápida e controlada em eventos com grandes públicos, como manifestações, a morte de mais de 150 pessoas em uma festa de Halloween em Itaewon, no sábado (29), levantou questionamentos sobre a capacidade de organização e resposta da Coreia do Sul a multidões. Vários jovens, a maioria entre os 20 anos, morreram esmagados depois que um número elevado de pessoas entrou em um beco.

No domingo (30), as autoridades sul-coreanas se esforçavam para identificar os mortos e feridos na tragédia, que já é a segunda maior em tempos de paz. O tumulto destacou as limitações nas políticas do país que regem multidões em locais públicos, apontam especialistas. Testemunhas e familiares também se questionam porque as forças de segurança, que faziam o controle de manifestações na região mais cedo, não responderam mais rapidamente.

Embora protocolos de segurança detalhados sejam necessários para eventos oficiais, como festivais, os mesmos métodos de prevenção de desastres não se aplicam a espaços públicos onde se espera que grandes multidões se reúnam informalmente, levando a protocolos de segurança ambíguos e a nenhuma agência responsável, dizem especialistas.

“Mesmo que não haja organizador principal, se é esperado que um grande número de pessoas participe como era o caso deste evento, é necessário que as instituições tomem medidas preventivas para fortalecer seus esforços de prevenção com base no risco potencial de desastre”, disse Kim Dae-jin, professor de engenharia de segurança e estudos de mitigação de desastres na Universidade Woosuk, na província de North Jeolla.

As causas do incidente de sábado ainda estão sendo investigadas, segundo as autoridades. Testemunhas oculares e vídeos do momento indicam que a causa foi a acumulação de pessoas em um beco estreito que liga a avenida principal do bairro a uma área de bares movimentada. Centenas de pessoas foram esmagadas e muitas morreram de asfixia, com imagens de pessoas e oficiais realizando técnicas de ressuscitação em muitas delas.

Embora o bairro seja conhecido como um destino famoso para o Halloween, autoridades em Seul admitiram ter sido pegas de surpresa pelas multidões desorganizadas e espontâneas na noite de sábado, atraindo críticas de sobreviventes. “O governo deveria ter enviado mais policiais para controlar a multidão”, disse Kim Seo-jeong, 17, estudante do ensino médio que sobreviveu ao aumento da multidão.

Este ano foi o primeiro Halloween sem restrições por causa da pandemia de coronavírus, atraindo multidões ainda mais entusiasmadas ao bairro famoso. “Houve uma multidão de Halloween em Itaewon no ano passado, apesar da pandemia”, disse ela. “O governo deveria ter antecipado uma multidão muito maior este ano, porque a maioria das restrições da pandemia acabou.”

No entanto, a polícia não esperava que as multidões fossem significativamente maiores do que nos anos anteriores e não enviou pessoal adicional antes das comemorações, disse o ministro do Interior e Segurança da Coreia do Sul, Lee Sang-min, em uma entrevista no domingo.

Mais de 200 policiais foram enviados para a área durante todo o fim de semana – cerca de um policial para cada 500 pessoas estimadas no sábado à noite. Naquele mesmo dia, as forças policiais estavam focadas em monitorar e controlar multidões em protestos antigoverno em outras áreas de Seul, disse Lee. Uma forte presença policial é comum em protestos, onde a violência pode eclodir.

A força policial nacional da Coreia tem jurisdição sobre Itaewon. Além disso, militares dos EUA fornecem “patrulhas de cortesia” para a área, que fica perto de uma base militar dos EUA, disse Wes Hayes, porta-voz das Forças dos EUA na Coreia. A polícia militar dos EUA respondeu ao lado de oficiais coreanos e ajudou com primeiros socorros e controle de multidões, disse Hayes.

As autoridades de Seul e da polícia nacional montaram uma equipe de investigação para verificar se os protocolos de segurança foram seguidos. Líderes políticos de ambos os partidos, governista e oposição, pediram à polícia que identifique imediatamente a causa do acidente, incluindo possíveis problemas com o controle de multidões, de acordo com a Yonhap News.

A tragédia surpreende em um país com fama de fazer um controle rigoroso de multidões, com imagens recorrentes de grande manifestações nas ruas seguidas por policiais vestidos com jaquetas verde-amarelo, guiando a multidão e desviando cuidadosamente o tráfego.

Em 2021, o Ministério do Interior e Segurança da Coreia do Sul lançou um manual de gerenciamento de desastres e segurança para ajudar a supervisionar protocolos em grandes eventos após uma revisão de tragédias anteriores na Coreia e em outros países. Um estudo do governo de 2017, por exemplo, descobriu que medidas de segurança insuficientes levaram a tumulto em mais de uma dúzia de shows, festivais e eventos esportivos.

O relatório recomendou requisitos rigorosos para eventos com mais de 1.000 realizados em “instalações multiuso”. A festa de sábado tinha em torno de 100.000 pessoas, segundo estimativas da imprensa local.

Agora, os observadores estão perguntando como uma cidade que parece ter o controle de multidões como uma ciência pode falhar em uma das noites mais movimentadas do ano para os jovens festeiros. As informações são dos jornais O Estado de S. Paulo, The New York Times e The Washington Post e da agência de notícias Efe.

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https://www.osul.com.br/tragedia-expoe-falhas-em-modelo-de-controle-de-multidao-da-coreia-do-sul/ Tragédia expõe falhas em modelo de controle de multidão da Coreia do Sul 2022-10-31
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