Quinta-feira, 06 de março de 2025
Por Redação O Sul | 26 de junho de 2024
Wladimir Costa está preso desde 18 de abril.
Foto: Lula Marques/Agência BrasilO plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou, por unanimidade, o pedido de revogação da prisão preventiva do ex-deputado Wladimir Costa (Solidariedade-PA), acusado de cometer crimes eleitorais e difamar a deputada Renilce Nicodemos (MDB-PA) nas redes sociais.
No processo, consta que Wladimir Costa ameaçou e perseguiu a deputada, além de impulsionar vídeos com ofensas e humilhações. O caso mais grave foi quando ele compartilhou dados pessoais de Renilce nas redes sociais. Ele está preso desde 18 de abril.
A relatora do caso, ministra Isabel Gallotti, destacou que Costa já havia recebido um habeas corpus pelo Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA), em abril deste ano, mas que a decisão foi revogada no mês seguinte.
Embora o ex-parlamentar tenha cumprido as medidas cautelares determinadas – como o uso de tornozeleira eletrônica e o distanciamento físico da vítima -, isso não garantiu a ordem pública, tampouco impediu a reincidência de violência de gênero, segundo a relatora. Para Isabel, ofensas impetradas pela internet seguiram sendo registradas, inclusive com a criação de uma personagem pejorativa.
Colecionador de polêmicas
Costa ficou conhecido por fazer uma tatuagem falsa em homenagem ao ex-presidente Michel Temer no ombro. Acima do nome do presidente, aparecia uma bandeira do Brasil. O deputado foi dos maiores apoiadores de Temer na votação que suspendeu a denúncia por corrupção passiva apresentada pela Procuradoria Geral da República contra o emedebista. O ex-parlamentar também se destacou durante as sessões de votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara, quando estourou um rojão de confetes durante seu discurso alegando que o governo do PT dava “um tiro de morte” no coração do povo brasileiro.
Em seu perfil no “X”, antigo Twitter, “Wladi”, como é conhecido no meio político, se apresenta como empresário, cantor, compositor, radialista e apresentador de TV. Ele cumpriu quatro mandatos pelo Estado do Pará, sendo o último deles de 2015 a 2019. Em 2018, ele foi escolhido como líder da bancada do Solidariedade na Câmara.
Wladimir Costa foi condenado em dezembro de 2017 por unanimidade no Tribunal Regional Eleitoral do Pará por abuso de poder econômico e gastos ilícitos na campanha eleitoral de 2014. A decisão determinou a cassação do mandato de Wladimir, além de torná-lo inelegível por oito anos.
O ex-deputado também chegou a ser denunciado pelo Ministério Público Federal por peculato por suposto desvio de salários de funcionários de seu gabinete na Câmara. De acordo com o MPF, em 2005, três servidores repassavam ao deputado parte dos salários que recebiam. O processo, que era investigado desde 2009, foi encerrado em 2018 após o Supremo Tribunal Federal (STF) absolver por unanimidade o ex-parlamentar. Para os ministros, não haviam provas da prática do crime. Na época, Wlaudecir Costa, irmão do deputado, também foi absolvido.