Sábado, 07 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 23 de março de 2016
O Twitter comemorou nesta semana os dez anos de sua criação, em 2006. O vice-presidente do microblog para América Latina, Guilherme Ribenboim, afirma que a rede “não vai se facebookizar”. “O Twitter nasceu com esse DNA de ser uma plataforma aberta, e isso está embedado na nossa cultura”, afirma o executivo.
Conforme ele, um dos grandes diferenciais do Twitter é justamente a ausência de filtros: tudo que é publicado em determinado perfil é mostrado a todos os usuários que o seguem – não importa se o perfil é um simples usuário ou a página de uma empresa.
Não existe um algoritmo que filtre as publicações, como no Facebook, no Google ou no YouTube. O algoritmo que opera no microblog – implantado em fevereiro deste ano – funciona apenas para os tweets exibidos em destaque no começo da timeline, quando o usuário acessa o site após ter ficado ausente por algumas horas. Ao descer a página, contudo, todas as publicações voltam a aparecer em ordem cronológica reversa.
“A grande vantagem do Twitter com relação ao Facebook é que você escolhe quem seguir, e essa informação não vem filtrada”, diz o professor Luli Radfahrer. “É uma agência de noticias individual, quase como se cada um tivesse a sua própria”, completa.
Num ambiente de polarização e grandes discussões políticas, Radfahrer avalia que a ausência de filtros pode ser uma boa forma de se deparar com várias opiniões diferentes. “Facebook e YouTube gostam de valorizar o que você gosta, o que você clica. Fica aquele ambiente de mesa de jantar, em que ninguém vai te contrariar”, diz.
Tempo real.
Embora tenha passado por momentos impactantes nesta década de vida, a rede – que estagnou nos 320 milhões de usuários – parece não ter mais o poder de impacto que tinha há alguns anos.
Mas para o executivo da companhia, o poder de viralização continua o mesmo. Ribenboim cita o exemplo do jovem Renê Silva, morador do Complexo do Alemão (RJ) que ficou conhecido no Brasil todo ao tuittar sobre a operação do exército no local, em 2013.
“O Twitter ainda funciona como um reloginho do tempo real, e essa é a grande virtude. Em grandes aglomerações, a gente tem espaço pra colocar algo que está rolando naquela hora.”
Mas para os usuários, a plataforma continua saindo na frente quando a discussão é em tempo real.
Outro grande momento de protagonismo do Twitter é durante a transmissão de grandes eventos ou de programas de televisão. “O Twitter é a plataforma de segunda tela da televisão, e isso modifica sua maneira de assistir, principalmente quando o programa é ao vivo”, finaliza Ribenboim.