Terça-feira, 11 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 5 de fevereiro de 2020
A SMS (Secretaria Municipal de Saúde) de Porto Alegre notificou ao Ministério da Saúde uma suspeita de infecção pelo coronavírus. O paciente é um bebê de 6 meses, filho de brasileiros e que nasceu na China, onde reside com a família. Na noite de terça-feira, a criança recebeu atendimento médico na capital gaúcha, onde está de passagem com os pais.
Até o momento, esta é a única notificação desse tipo em investigação na cidade. Já no Rio Grande do Sul o número de situações comunicadas às autoridades chegou a 13, das quais estão em investigação o caso de Porto Alegre, um de Novo Hamburgo, outro de Morro Reuter e dois de Canoas. Os exames estão sendo feitos pela Fiocruz (Fundação Osvaldo Cruz) no Rio de Janeiro.
Os sintomas apresentados pelo bebê são considerados leves, e a família já está em outro município. A recomendação foi que ele seja mantido em isolamento respiratório, ou seja, fique em casa até sete dias ou até não ter mais sintomas. É considerado suspeito um quadro de febre acompanhada de tosse ou dificuldade para respirar, após visita recente à China ou contato com quem esteve no país asiático.
Nessa quarta-feira, profissionais que atuam em unidades de pronto-atendimento, hospitais, serviço médico do Aeroporto Salgado Filho, Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e laboratórios municipais participaram de uma atividade de capacitação sobre coleta de secreções respiratórias em suspeitos de coronavírus e medidas de proteção individual.
Técnicos da Vigilância em Saúde da prefeitura também detalharam um panorama da doença no mundo e esclareceram dúvidas. Conforme atualização fornecida nessa quarta-feira pelo Ministério da Saúde (dados até as 13h), o Brasil tem 11 casos que se enquadram na definição de suspeitos para o vírus nCoV-2019, entretanto ainda não há diagnósticos confirmados.
Governo do Estado
No Rio Grande do Sul, já foram notificadas até agora 13 suspeitas, incluindo a de Porto Alegre. Além dos cinco ainda sob investigação, outros três foram descartados (por diagnóstico para influenza) e cinco excluídos por não atenderem a definição de suspeitos. O site da SES (Secretaria Estadual da Saúde) conta com uma página de informações no site www.saude.rs.gov.br.
Nessa quarta-feira, a titular da pasta, Arita Bergmann, recebeu representantes de municípios do Vale do Sinos para alinhar estratégias para a região, primeira do Estado a identificar um caso suspeito (já descartado), em São Leopoldo. Ainda são monitorados um caso em Novo Hamburgo e outro em Morro Reuter, ambos envolvendo pessoas que residem na China e que estão em visita ao Estado.
Além disso, o pólo courocalçadista instalado na região tem por característica a circulação de pessoas para a China e vice-versa, fato que aumenta o alerta dos gestores locais. Atualmente, o país asiático é o único considerando pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como local de transmissão da doença.
A iniciativa partiu da Amvars (Associação dos Municípios do Vale do Rio dos Sinos), presidida pelo prefeito de Campo Bom, Luciano Orsi. Ele destacou a preocupação dos gestores: “Como o primeiro registro foi em nossa região, logo buscamos o Estado para nos atualizar e indicar as medidas a serem adotadas”.
O encontro também contou com a presença da vice-prefeita de São Leopoldo, Paulete Souto, e de outros secretários de saúde da região, além da titular da 1ª Coordenadoria Regional da Saúde, Ana Maria Rodrigues.
(Marcello Campos)