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Economia Um clima de tragédia econômica voltou a se instalar na Argentina

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Representação deixa País em julho de 2022. (Foto: Reprodução)

Os termos usados por economistas argentinos para explicar e opinar sobre a decisão do presidente Mauricio Macri de pedir socorro ao FMI (Fundo Monetário Internacional) parecem extraídos da letra de um tango: fracasso, sabor amargo e passo para trás, entre outros. O clima de tragédia econômica instalou-se novamente na Argentina e para quem acompanhou o país nos últimos 20 anos a sensação de déjà vu é inevitável. As informações são do jornal O Globo.

Mais uma vez, as dúvidas sobre a sustentabilidade da economia argentina estão no centro da cena. Nesta terça-feira (8), o próprio Macri admitiu que o país que governa sofre uma “dependência do financiamento externo”. E isso é um problema grave quando começa a diminuir a confiança dos mercados e dos investidores. Em seus primeiros dois anos de mandato, o chefe de Estado eleito em 2015 como a grande esperança da centro-direita argentina, após quase 13 anos de kirchnerismo, era visto como a novidade política mais relevante na região. No foro econômico de Davos, na Assembleia Anual das Nações Unidas e em todos os eventos e visitas de Estado que realizou, Macri foi recebido em grande estilo, o que ajudou seu país a retornar aos mercados e garantir financiamento a taxas razoáveis.

Havia confiança em Macri e em seu programa de governo, apesar dos desequilíbrios que existiram desde o começo, por exemplo, em matéria de déficit fiscal e comercial. A inflação elevada foi uma constante dos últimos dois anos e meio, mas, como explicam agora economistas locais, ninguém estava prestando atenção nos fundamentos da economia. O presidente era quase uma celebridade, uma luz que surgia após anos de escuridão e isso parecia ser a única coisa importante.

Mas a popularidade internacional de Macri não fez com que a Argentina resolvesse um problema crucial e hoje, com uma taxa de risco em torno de 470 pontos básicos, o país foi obrigado a pedir ajuda ao FMI já que sair aos mercados implicaria pagar juros altíssimos. O presidente eleito pela aliança Mudemos não mudou elementos essenciais da estrutura econômica argentina. O país precisa de dólares, os argentinos vivem e pensam em função da moeda americana e cada vez que ocorre uma turbulência internacional a Argentina mostra-se extremamente vulnerável.

Neste momento, não ajuda o fato de a equipe econômica não ter uma figura forte. Em dezembro de 2016, Macri pediu a renúncia do então ministro da Fazenda e Finanças, Alfonso Prat Gay, no passado presidente do Banco Central. Tratou-se, segundo fontes, de um problema de egos. Prat Gay pretendia ser um ministro peso pesado e a Casa Rosada preferiu armar uma equipe econômica, dividindo os ministérios em Fazenda e Finanças, com dois nomes poucos conhecidos, como são Nicolás Dujovne e Nicolás Caputo, respectivamente. Hoje, instalado o clima de tragédia econômica, a decisão de Macri é vista por alguns analistas e até mesmo funcionários do governo como um erro, já que, afirmam, um ministro do prestígio de Prat Gay ajudaria a acalmar a população. Cada vez que Dujovne fala, pelo contrário, o nervosismo aumenta.

Dólar instável, pedido de ajuda ao FMI, inflação nas alturas e o peronismo claramente se articulando no Congresso para lançar novas ofensivas contra um governo não peronista trazem à memória outras épocas da Argentina. Macri já não será o que se esperava que fosse. O que será, finalmente, ninguém sabe.

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