Sexta-feira, 07 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 26 de setembro de 2018
Filho do candidato do PSL à Presidência da República, o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro foi envolvido em uma polêmica na tarde desta quarta-feira (26). Em seus Stories do Instagram, Carlos compartilhou uma manifestação artística e foi acusado nas rede sociais de fazer apologia à tortura.
Na imagem, um homem aparece amarrado, com um saco na cabeça, sangrando e com a expressão #EleNão — usada por ativistas contrários a Bolsonaro — pintada no peito, em aparente protesto contra o deputado e presidenciável do PSL. A publicação teria sido feita inicialmente por um usuário identificado como Ronaldo Creative, que, em sua biografia no Instagram, diz usar “a arte como forma de protesto”.
Logo depois, a publicação foi repostada pelo perfil Direita PVH, com a frase “sobre pais que choram no banho” (posteriormente, a legenda foi editada e a conta modificada para privada). Tal frase costuma ser usada por conservadores para ironizar manifestações artísticas mais expressivas. Seria uma alusão ao fato de os pais terem vergonha dos filhos que participam desses atos.
A polêmica começou quando Carlos Bolsonaro republicou a postagem da Direita PVH em seus Stories. Vários usuários foram às redes para dizer que o vereador estava fazendo apologia à tortura. Outros, saíram em sua defesa. Seu nome, inclusive, chegou a figurar entre os assuntos mais comentados do Brasil no Twitter.
Diante da repercussão, Carlos usou também o Twitter para rebater as acusações. “Novamente inventam como se eu tivesse divulgado uma foto dizendo que quem escreve a hashtag #EleNão merecia alguma maldade. Não, canalhas! Foi apenas a replicação da foto de alguém que considera isso uma arte. Me agradeçam por divulgar e não mintam como sempre”, rebateu o vereador.
Funk
A página no Facebook do deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL), filho de Jair Bolsonaro e candidato ao Senado pelo Rio de Janeiro, exibe clipe do funk que critica mulheres: a letra afirma que as de esquerda “têm mais pelo que cadela”.
Diz também que daria “ração na tigela” para feministas. No último domingo (23), o “Funk do Bolsonaro”, paródia de “Baile de Favela”, foi tocado na Marcha da Família, manifestação favorável ao candidato do PSL, realizada no Recife (PE). A letra da versão é de autoria de Tales Volpi, o “MC Reaça”, que também estrela o clipe.
A postagem na página de Flávio Bolsonaro aconteceu em 11 de abril. Na época, o deputado registrou um agradecimento a MC Volpi “pela homenagem”.
A letra do “Funk do Bolsonaro” afirma que as “minas de direita” são “as top mais bela”. Critica também parlamentares de esquerda. Diz que a deputada Maria do Rosário (PT-RS) “não sabe lavar panela” – neste trecho, o clipe exibe imagens da discussão entre ela e Bolsonaro em que o deputado a xingou de “vagabunda” e que declarou que não a estupraria.
A letra do funk ainda faz críticas a outros personagens de esquerda, como o educador Paulo Freire e Ciro Gomes, candidato do PDT à Presidência. O clipe inclui a imagem em que Jair Bolsonaro, numa manifestação, dá tapas e chuta um Pixuleco, boneco inflável que traz uma caricatura de Lula com uniforme de presidiário.
Na última imagem do clipe, Jair Bolsonaro aparece risonho em seu gabinete, manda um “forte abraço” e simula o gesto de quem aciona o gatilho de uma arma. A Comissão da Mulher Advogada da OAB-PE divulgou uma nota que repudiou a execução da música durante a manifestação.