Sábado, 27 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 25 de julho de 2019
O advogado de um dos suspeitos de hackear o celular do ministro da Justiça e Segurança, Sérgio Moro, afirmou na quarta-feira (24) que, segundo seu cliente, o objetivo de Walter Delgatti Neto, outro envolvido no caso, era vender o conteúdo das mensagens interceptadas ao PT (Partido dos Trabalhadores).
As declarações foram dadas por Ariovaldo Moreira, defensor de Gustavo Henrique Elias Santos e de sua mulher, Suelen Oliveira – ambos em prisão temporária no âmbito da Operação Spoofing. Delgatti também está detido.
“Ele [Elias Santos] confirma que o Walter [Delgatti] tinha ao menos informações acerca da conta de Telegram do juiz Moro. A única coisa que ele acrescentou a mais é que a intenção [de Delgatti] era vender essas informações ao PT”, disse Moreira a jornalistas, na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, depois de acompanhar os depoimentos de seus clientes.
O advogado disse ainda que Elias Santos “não estava envolvido na empreitada criminosa” e que seu cliente não sabe se a venda do material ao partido político de fato ocorreu. “O Walter disse que a intenção seria vender ao PT”, reafirmou o advogado.
Questionado por jornalistas sobre o fato de Delgatti ter sido filiado ao DEM, o advogado disse que a mesma pergunta foi feita a seu cliente no interrogatório, mas que Elias Santos “não soube responder”. “O que o Gustavo sabe é que o Walter tem uma certa afinidade com o Partido dos Trabalhadores”, argumentou o defensor.
A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, afirmou em nota que Moro comanda a investigação da Polícia Federal “com o claro objetivo de produzir mais uma armação contra o PT”. Moreira já havia comentado o caso de seu cliente mais cedo nesta quarta-feira. Ele havia dito que Delgatti chegou a mostrar parte do conteúdo interceptado para Elias Santos, ponto que reafirmou no final de quarta-feira.
“O próprio Vermelho [apelido de Delgatti Neto] mostrou algumas coisas para ele [Elias Santos], e ele assustou e falou: ‘Meu, cuidado com isso aí porque pode dar problema’. Na verdade, ele não acreditou naquilo, mas, pelo que foi narrado, mostraram algo para ele a respeito disso [invasão do celular de Moro]”, disse o advogado na manhã desta quarta.
Além de Elias Santos, Suelen e Delgatti, o quarto preso é Danilo Cristiano Marques. Todos são naturais de Araraquara (SP), mas viviam ultimamente em cidades diferentes. Segundo a PF, os mandados de prisão foram cumpridos nas cidades de São Paulo, Araraquara e Ribeirão Preto (SP).