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Por Redação O Sul | 16 de agosto de 2017
Pouco mais de 4,1 milhões de brasileiros entraram na faixa de pobreza no país em 2015, sendo que 1,4 milhão deles voltaram para a extrema pobreza no mesmo ano, informou o relatório “Radar IDHM 2015” nesta segunda-feira (14). O relatório foi elaborado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e pela Fundação João Pinheiro divulgado.
Segundo o estudo, a faixa de pobreza concentra “pessoas com renda domiciliar per capita inferior a um quarto de salário mínimo, de agosto de 2010”. Já na extrema pobreza estão as pessoas com “renda domiciliar per capita inferior a R$ 70 em agosto de 2010”.
“Os dados trazidos pelas PNADs mostram que houve redução na renda per capita da população brasileira (passando de R$ 803,36 em 2014 para R$ 746,84 em 2015) e ingresso de 4,1 milhões de pessoas na pobreza sendo que, deste total, 1,4 milhão de pessoas ingressaram na extrema pobreza. Esses dados alertam para a necessidade das políticas públicas voltadas ao crescimento do emprego e da renda, sem deixar de lado o combate à desigualdade”, informa ainda o documento.
O texto ainda ressalta que o “Índice de Desenvolvimento Humano Municipal do Brasil parou de crescer em 2015, mas ainda permanece na faixa de alto desenvolvimento humano, com 0,761”. Entre os motivos apontados pelos índices piores é o fato da crise econômica ter atingido fortemente a população naquele ano.
“O estudo analisa três dimensões – Longevidade, Educação e Renda – e constata que ´a taxa média de crescimento anual do IDHM entre 2011 e 2015 foi de 0,8%, inferior à observada entre 2000 e 2010, que foi de 1,7%´”. O Radar IDHM usa informações da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas).
Renda
A renda média por pessoa no país apresentou o mesmo comportamento no período, caindo de R$ 803,36 para R$ 746,84. Foi a primeira queda desde 2011. “Esses dados alertam para a necessidade das políticas públicas voltadas ao crescimento do emprego e da renda, sem deixar de lado o combate à desigualdade”, diz o relatório.
O Índice de Gini do Brasil, que mede a concentração de renda, ficou estagnado em 0,52 de 2014 para 2015. O indicador varia entre 0 e 1. Quanto mais próximo de 1, mais desigual é o país. O Radar IDMH é elaborado pelo Ipea em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a Fundação João Pinheiro. Ele tem por finalidade atualizar os dados do Atlas do Desenvolvimento Humano, divulgado a cada dez anos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
IDHM
No geral, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, que vinha crescendo desde 2011, ficou estagnado em 0,761 de 2014 para 2015. A taxa média de crescimento do índice ficou em 0,8% entre 2011 e 2015, ante 1,7% entre 2000 e 2010. Apesar da melhora em longevidade e educação, o componente renda impediu o indicador de crescer. Nos desdobramentos do índice, o item de longevidade subiu de 0,836 em 2014 para 0,841 em 2015. O de educação foi de 0,706 para 0,713 e o de renda caiu de 0,741 para 0,729.
No campo de longevidade, a esperança de vida do brasileiro subiu de 75,1 anos para 75,4 anos, enquanto a taxa de mortalidade infantil caiu de 14,4 para 13,8 a cada mil nascidos vivos. No campo da educação, a parcela de brasileiros de 18 a 20 anos com ensino superior completo foi de 52% para 52,5% de 2014 para 2015.