Segunda-feira, 29 de abril de 2024

Porto Alegre
Porto Alegre, BR
19°
Thunderstorm

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Mundo Um ex-chefe da Inteligência da Venezuela acusou o governo Maduro de narcotráfico

Compartilhe esta notícia:

Hugo Carvajal chamou Maduro de ditador e disse que seu "círculo interno corrupto" se envolveu com o tráfico de drogas e cortejou o Hezbollah. (Foto: Reprodução)

Um ex-chefe de Inteligência da Venezuela e uma das figuras mais proeminentes do governo se voltou contra o presidente Nicolás Maduro nesta quinta-feira (21). Chamou-o de ditador e disse que seu “círculo interno corrupto” se envolveu com o tráfico de drogas e cortejou o Hezbollah.

Em entrevistas ao The New York Times, Hugo Carvajal, de 58 anos, que é deputado pelo Partido Socialista, instou os militares a romperem com o presidente antes do confronto com a oposição no sábado por causa do bloqueio de remessas de ajuda internacional nas fronteiras do país.

“Foi mais do que suficiente”, disse Carvajal em um comunicado, que também foi divulgado em um vídeo on-line na quinta-feira com um recado a Maduro. “Você matou centenas de jovens nas ruas por tentarem reivindicar os direitos que você roubou. Isso sem contar os mortos por falta de remédios e segurança.”

E, aos militares, disse: “Como é que, tendo o poder de permitir a entrada da ajuda humanitária internacional em nosso país para salvar vidas, você decidiria não fazê-lo? Você seria tão desumano? Tão hipnotizado?”

As palavras fortes vêm em meio a uma onda de outras deserções por parte de funcionários do governo, incluindo um oficial da Força Aérea, diplomatas, adidos militares e membros da Guarda Nacional. A ruptura com o regime por um homem que já guardou os seus segredos acrescenta uma dose de pressão inesperada ao presidente, apenas três dias antes do confronto pela ajuda na fronteira com a Colômbia.

As acusações de Carvajal também adicionaram uma nova reviravolta ao drama que se desdobra: a disposição de fornecer evidências que poderiam ser usadas contra o governo de Maduro. Carvajal também forneceu uma arma valiosa para a oposição, que por anos tem argumentado que o círculo interno do presidente tem ligações com traficantes de drogas e extremistas.

Onze diplomatas venezuelanos nos Estados Unidos desertaram desde que o líder da oposição, Juan Guaidó, se declarou presidente interino no mês passado, disse um representante da oposição na quinta-feira à agência Reuters. Gustavo Marcano, assessor sênior do enviado da oposição venezuelana a Washington, disse a repórteres que contas bancárias de embaixadas e consulados venezuelanos nos Estados Unidos foram congeladas.

O presidente Trump na segunda-feira (18) alertou as autoridades militares venezuelanas a abandonarem Maduro no fim de semana ou “perderem tudo”. Esta foi uma escalada do apoio americano a Juan Guaidó, líder da oposição, que reivindica a Presidência e aposta seu jogo na pressão pelas remessas de ajuda  para a Venezuela, contra a vontade de Maduro. Muitos dos apoiadores de Guaidó disseram que estão se preparando para invadir uma ponte de fronteira para forçar a abertura do bloqueio no sábado (23).

Em sua entrevista, Carvajal — que se aposentou do serviço de Inteligência em 2012, depois de ter servido quase 10 anos — ofereceu um relato raro do funcionamento interno de um governo no qual ele disse que o tráfico de drogas e a corrupção eram comuns, gerenciados por altos executivos, como Néstor Reverol, ministro do Interior; Tareck El Aissami, um ministro que serviu como vice-presidente; e o próprio Maduro.

Aqueles que estavam combatendo as drogas “eram também aqueles que as traficavam”, disse ele sobre as autoridades venezuelanas que enfrentam acusações ou sanções nos Estados Unidos.

Carvajal está entre os acusados de tráfico de drogas por investigadores americanos: ele escapou da extradição por posse de drogas em Aruba em 2014 e foi sancionado pelo Departamento do Tesouro americano por ter ajudado grupos guerrilheiros colombianos a contrabandearem cocaína. Nas entrevistas, Carvajal admitiu negociar nos dois mundos.

Mas ele diz que qualquer acordo com traficantes de drogas, incluindo um chefão venezuelano chamado Walid Makled, veio de seu papel investigando-os enquanto chefe da Inteligência. Ele disse que se encontrou com membros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) em 2001, mas apenas como negociador do governo sobre o sequestro de um empresário venezuelano, uma viagem aprovada tanto pelos presidentes da Venezuela quanto da Colômbia.

Em vez disso, Carvajal apontou para outros altos funcionários do governo, incluindo o ministro do Interior, Reverol, que é acusado nos Estados Unidos de auxiliar  traficantes de drogas e cancelar investigações enquanto diretor do Escritório Nacional Antidrogas dos EUA.

Hezbollah

Em 2017, o Departamento do Tesouro impôs sanções contra El Aissami, então vice-presidente venezuelano, chamando-o de “proeminente traficante de drogas venezuelano”.

Carvajal disse que El Aissami também cortejou o Hezbollah, a organização xiita libanesa. Ele disse que quando ele e El Aissami viajaram para o Irã em 2009 como parte de uma delegação representando o presidente Hugo Chávez, El Aissami, então ministro do Interior, pediu para fazer uma parada na Síria, onde tinha amigos e parentes.

 

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Mundo

O corpo de uma brasileira foi encontrado em uma área remota de estrada na Flórida, nos Estados Unidos
Quatro ministros do Supremo já votaram por enquadrar a homofobia como racismo. O julgamento do processo deve ser retomado na semana que vem
https://www.osul.com.br/um-ex-chefe-da-inteligencia-da-venezuela-acusou-o-governo-maduro-de-narcotrafico/ Um ex-chefe da Inteligência da Venezuela acusou o governo Maduro de narcotráfico 2019-02-21
Deixe seu comentário
Pode te interessar