Uma parte das alegações de desvio de fundos públicos, que remonta a 1981, prescreveram. Mas, segundo os investigadores, entre 1998 e 2013 o casal desviou mais de um milhão de euros.
O ex-primeiro-ministro, 66 anos, se afastou da política e atualmente trabalha no setor de finanças.
A acusação denunciou nas alegações o “profundo sentimento de impunidade” de Fillon, assim como o “cinismo” de “um homem que fez da probidade uma marca registrada”.
Para o promotor Aurélien Létocart, o trabalho da esposa de Fillon era tão “impalpável (e) anônimo” que ela nem tirava as licenças maternidade ou férias, nem foi encontrado “nenhuma indício” nos arquivos que deveria preparar para o marido e para os quais “é incapaz” de oferecer exemplos precisos.
Para o MP, as manobras de “captação” de dinheiro público do orçamento dedicado aos colaboradores “foram utilizadas desde o início da carreira política de François Fillon” em 1981.
Fillon, que denuncia um “complô” da esquerda para eliminá-lo da disputa presidencial, afirma que sua esposa, “sua primeira e mais importante colaboradora” durante toda a carreira política, exerceu o emprego em questão.