Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 19 de abril de 2019
Um tribunal peruano ordenou nesta sexta-feira (19) a detenção preventiva por 36 meses do ex-presidente Pedro Pablo Kuczynski, que está em uma clínica para problemas cardíacos, no âmbito de uma investigação por suposta lavagem de dinheiro em um caso do escândalo da Odebrecht, informou o Poder Judiciário.
“O Terceiro Tribunal Permanente de Investigação Preparatória Nacional Especializado em Ofensas de Corrupção de Funcionários ordena 36 meses de prisão preventiva para o ex-presidente Pedro Pablo Kuczynski, investigado por lavagem de dinheiro com agravante de pertencer a uma organização criminosa”, afirmou o Poder Judiciário em sua conta no Twitter.
Sob a lei peruana, suspeitos podem ser mantidos presos antes do julgamento por até três anos se os promotores mostrarem evidências de que provavelmente serão condenados e que podem tentar fugir ou obstruir a investigação a menos que sejam detidos.
Pedro Pablo Kuczynski, que foi presidente durante dois anos, renunciou em março de 2018 e foi preso preliminarmente em março deste ano. Ele é investigado por corrupção e lavagem de dinheiro, e vídeos mostram uma suposta compra de votos de seus aliados em troca de obras.
Kuczynski, um ex-banqueiro de Wall Street de 80 anos que já deteve a cidadania norte-americana, nega ter cometido irregularidades. Ele não compareceu à audiência diante do juiz Jorge Chávez nesta sexta-feira porque estava recebendo tratamento para problemas cardíacos em uma clínica local.
Mas o ex-presidente diz ter cooperado totalmente com os investigadores, inclusive recusando-se a entrar com um recurso quando foi impedido de deixar o país pouco depois de renunciar, em março de 2018.
Quatro ex-presidentes
As denúncias envolvendo a Odebrecht no Peru investigam os quatro últimos ex-presidentes peruanos – todos sempre negaram as acusações. Além de Kuczynski e Alan García – que cometeu suicídio quando seria preso, são acusados, também, Alejandro Toledo e Ollanta Humala.
A Odebrecht é investigada no Peru por ter pagado propinas milionárias entre 2005 e 2014 para ganhar contratos de obras de infraestrutura e por ter financiado, de forma ilícita, campanhas eleitorais dos principais partidos políticos e candidatos à presidência.