Sexta-feira, 28 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 30 de março de 2020
O ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio, pediu nesta segunda-feira (30) que os parlamentares do país suspendam seus salários durante a pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) como forma de ajudar às finanças do governo nacional e regional.
“Nessa guerra contra o coronavírus, todos estão fazendo sacrifícios enormes. E deve valer também para a política: deputados e senadores suspendam seus salários. O Movimento 5 Estrelas já doou mais de 3 milhões de euros para a emergência. O bom exemplo vale mais do que muitas palavras”, escreveu o ministro em seu Twitter.
O M5S, inclusive, começou uma campanha com diversos de seus líderes pelo corte dos salários nas redes sociais. O chefe da sigla e vice-ministro do Interior, o senador Vito Crimi, usou sua página do Facebook para mandar uma mensagem aos colegas, pedindo para “cortar o nosso salário”. “E não apenas um mês, seria muito cômodo. Vamos cortar os salários de hoje até o fim da legislatura”, propôs Crimi afirmando que a medida economizaria até 60 milhões de euros por mês aos cofres públicos.
Quem também fez coro à medida foi o vice-ministro de Desenvolvimento Econômico, Stefano Buffagni. “Acredito que todos os parlamentares, que trabalharam menos, devem fazer sua parte. Acredito que esse não é um gesto que resolverá o caixa do Estado, mas é um gesto de respeito por todos os italianos. Esperamos que a oposição, sem polêmicas, faça isso também”, disse o representante do Movimento.
O líder do M5S no Senado, Gianluca Perilli, abraçou a ideia e disse que os parlamentares “precisam fazer a sua parte, não só com o trabalho incessante na Câmara e no Senado”, mas com uma “contribuição concreta e muito útil”.
Novos casos
A Itália registrou nesta segunda o menor número de novos casos de coronavírus em quase duas semanas. Nas últimas 24 horas, houve 4.050 novas infecções, em comparação com 5.217 no dia anterior. O número representa o menor incremento diário de casos de Covid-19 no país desde 17 de março. As mortes aumentaram 812 nesta segunda, em comparação com as 756 registradas no domingo (29).
Já o número total de pessoas infectadas pelo novo coronavírus na Itália chega a 101.739, de acordo com o levantamento em tempo real da Universidade Johns Hopkins. A Itália está atrás apenas dos Estados Unidos na lista dos países com maior número de pessoas com a Covid-19.
A Itália, marcada por um rápido crescimento de casos nas últimas semanas, é também o país que registrou mais mortes. Até esta segunda, foram mais de 11 mil. Dos mais de 100 mil infectados, 6.400 são profissionais de saúde.
A China, que foi o epicentro da pandemia do novo coronavírus, está em quarto lugar, atrás da Espanha. Esses países têm cerca de 82 mil e 88 mil casos, respectivamente.