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Por Redação O Sul | 3 de janeiro de 2018
O medicamento Kisqali, para o tratamento do câncer de mama, obteve o estatuto de “terapia inovadora” da Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês), anunciou nessa quarta-feira o grupo farmacêutico suíço Novartis.
Quando utilizado em combinação com terapia endócrina oral para pacientes com câncer de mama avançado HR+/HER2-, apresentou “eficácia superior”, de acordo com o estudo clínico de fase III Monaleesa-7 dedicado a essa droga, informou a empresa.
A FDA concede o estatuto de “terapia inovadora” para acelerar o desenvolvimento e testes de novas drogas para doenças graves ou potencialmente mortais “se o tratamento demonstrar um avanço substancial em relação ao tratamento disponível em pelo menos um critério médico significativo”, indicou Novartis em sua declaração.
Menopausa
O câncer de mama antes da menopausa é o câncer mais mortal entre as mulheres com entre 20 e 59 anos. Em 2016, um estudo relizado por cientistas das Universidades de Cambridge e Exeter (Reino Unido) indicou que para cada ano que a menopausa demora a ocorrer, o risco sobe 6%. Isso porque quanto mais tarde ocorre a menopausa, maior é a exposição ao estrogênio durante a vida. Acredita-se que o hormônio feminino atue como um combustível para o tumor.
Já a entrada precoce (antes dos 40 anos) nessa etapa diminui o risco de desenvolver tumores nas mamas. Por outro lado, elas têm maior risco de sofrer de outras doenças, como a osteoporose e o diabetes.
Além disso, o estudo mostrou ainda que a idade natural da menopausa, que marca o final da vida reprodutiva da mulher, é geneticamente determinada. Para chegar a essa conclusão, os autores associaram o genoma completo de 70 mil mulheres de ascendência europeia e identificaram 56 variantes genéticas relacionadas à idade natural desta etapa reprodutiva.
De acordo com a geneticista Anna Murray, da Universidade de Exeter, a pesquisa ajudou a compreender como acontece o envelhecimento reprodutivo feminino e que os achados podem ajudar no desenvolvimento de novos tratamentos para evitar a menopausa precoce. “Muitas mulheres hoje em dia optam por ter filhos em uma idade mais avançada, mas podem ter dificuldades para conceber de forma natural porque a fertilidade começa a diminuir, pelo menos, dez anos antes da menopausa”, acrescentou.
Fatores de risco
O câncer de mama geralmente afeta as mulheres acima dos 35 anos e os principais fatores de risco são: mulher que teve a menstruação precocemente; primeira gravidez após os 30 anos; não ter filhos e menopausa depois dos 50 anos, que é considerada tardia. O histórico familiar é também um dos principais fatores de risco, principalmente se um ou mais parentes de primeiro grau, como mãe e irmã, tiveram a doença antes dos 50 anos.
Prevenção
Para a prevenção do câncer de mama é importante realizar o autoexame, apalpando as mamas, que a própria mulher deve fazer mensalmente a partir dos 20 anos de idade. Esse autoexame deve ser feito entre o quarto e o sexto dia depois do fim do fluxo menstrual. As mulheres que não menstruam devem escolher uma data para fazer a avaliação.
Outro método de prevenção é fazer o exame de mamografia rotineiramente de acordo com a indicação do ginecologista. Quanto mais cedo detectar o tumor, maiores a chances de se obter a cura. Na etapa inicial da doença, a probabilidade de cura é de 95%. Além disso, é importante manter hábitos saudáveis, fazer atividade física regularmente, não fumar, ingerir pouca bebida alcoólica e ter uma alimentação equilibrada, evitando alimentos gordurosos.