Em representação protocolada há pouco, os deputados alegaram que a indicação é “ilegal e imoral”.
A atuação de Eduardo Bolsonaro em temas internacionais foi chamada de “pífia”, “extremamente limitada” e “inconstitucional”.
“No caso dos embaixadores brasileiros nos EUA, vale ressaltar, décadas de experiência diplomática prévia são o padrão constatável”, disse a representação, que apontou “acintoso contraste” com o currículo do Zero Três.
“Nas redes, revelou, inclusive, seu despreparo comunicativo, cometendo erros crassos na interpretação do idioma espanhol, por exemplo”, seguiu o documento, contrapondo a declaração de Jair Bolsonaro de que o filho fala inglês e espanhol, como justificativa para a indicação.
Assinaram a representação os deputados: Ivan Valente, Fernanda Melchionna, Áurea Carolina, David Miranda, Edmilson Rodrigues, Glauber Braga, Luiza Erundina, Marcelo Freixo, Sâmia Bomfim, e Talíria Petrone.
Calero
O deputado Marcelo Calero (Cidadania-RJ) fez um duro discurso contra a possibilidade de o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) ser indicado o embaixador dos EUA, ideia sugerida na quinta-feira (11) pelo presidente Jair Bolsonaro. Calero, que é diplomata concursado do Ministério das Relações Exteriores, chamou a nomeação de “aliança espúria com o nepotismo” e disse que a ideia contraria o histórico da política externa brasileira. “A tradição não pode ser quebrada por um capricho do presidente da República”, disse, no púlpito da Câmara.
O discurso de Calero, que também é diplomata, foi aplaudido por alguns dos deputados que o acompanharam – entre eles, Alexandre Frota (PSL-SP). Apesar de ser colega de partido de Eduardo Bolsonaro, Frota tem um histórico de conflitos com o filho “03” do presidente.