Quinta-feira, 28 de março de 2024
Por Redação O Sul | 21 de maio de 2020
Uma agência do governo dos Estados Unidos fará um aporte de US$ 1 bilhão para as pesquisas de uma vacina contra o novo coronavírus desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, em parceria com uma empresa de biotecnologia italiana.
O financiamento será repassado pela Autoridade de Pesquisa e Desenvolvimento Biomédico Avançado (Barda), órgão ligado ao Departamento da Saúde, à multinacional sueco-britânica AstraZeneca, que será responsável pela produção e distribuição da vacina em nível mundial.
“Devemos derrotar o vírus juntos. Faremos tudo o que estiver a nosso alcance para tornar essa vacina disponível em larga escala rapidamente”, disse o CEO da AstraZeneca, Pascal Soriot.
A Universidade de Oxford já iniciou a primeira fase de testes em humanos da vacina ChAdOx1, que se baseia em um adenovírus de chimpanzés contendo a proteína spike, usada pelo coronavírus Sars-CoV-2, causador da Covid-19, para agredir as células humanas.
O acordo norte-americano permite um teste clínico de estágio adiantado, ou Fase III, da vacina com 30 mil pessoas nos EUA.
As doses para testagem foram feitas pela empresa italiana Advent-IRBM, de Pomezia, nos arredores de Roma. A AstraZeneca já fechou acordos que garantem a produção de pelo menos 400 milhões de doses, com os primeiros lotes previstos para setembro, caso os testes deem resultado positivo.
Sediada em Cambridge, na Inglaterra, a AstraZeneca também garantiu a capacidade de fabricação de 1 bilhão de doses.
A empresa admitiu que a vacina pode não funcionar, mas diz estar empenhada em acelerar os testes clínicos e a aumentar a produção, apesar do risco.
Depois que o presidente norte-americano, Donald Trump, exigiu uma vacina, o Departamento de Saúde dos EUA concordou em providenciar até 1,2 bilhão de dólares para acelerar o desenvolvimento da vacina da AstraZeneca e garantir 300 milhões de doses para o país.
“Este contrato com a AstraZeneca é um grande marco no trabalho da Operação Dobra Espacial por uma vacina segura, eficiente e amplamente disponível até 2021”, disse o secretário de Saúde, Alex Azar.
A empresa já concordou em entregar 100 milhões de doses a moradores do Reino Unido, 30 milhões em setembro. Ministros prometeram que a nação terá acesso prioritário à vacina.
Como líderes de todo o mundo se veem diante da maior devastação econômica desde a Segunda Guerra Mundial e mais de 325 mil mortes, muitos estão com pressa de obter uma vacina.
O governo norte-americano já fechou acordos para apoiar o desenvolvimento de vacinas com Johnson & Johnson, Moderna e Sanofi, provocando o temor de que os países mais ricos do globo consigam proteger seus cidadãos antes dos outros.
O chefe da Sanofi irritou o governo da França no início deste mês ao dizer que doses de vacina produzidas nos EUA poderiam ir primeiro para pacientes norte-americanos, dado que o país apoiou financeiramente a pesquisa. As informações são das agências de notícias Ansa e Reuters.