Sexta-feira, 24 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 3 de janeiro de 2018
Uma brasileira foi mordida por um tubarão quando surfava em uma praia no Havaí no último dia de 2017. Marjorie Mariano, 54 anos, já passou por uma cirurgia e deve ser submetida a outra, mas os médicos acreditam que ela deve se recuperar completamente.
Ela surfava perto da praia de Laniakea, na costa norte da ilha de Oahu, por volta das 18h de 31 de dezembro, quando sentiu a mordida na perna esquerda e viu o tubarão, que ela estimou ter mais de 3 metros.
Com a ajuda de outros surfistas, a brasileira conseguiu chegar à praia e foi levada a um hospital. A mordida foi profunda e atingiu sua perna desde a coxa até a parte traseira do joelho. A prancha que ela usava também ficou com marcas dos dentes do animal.
De acordo com o jornal local “Star Advertiser”, Marjorie vive há muitos anos no Havaí, onde trabalha como professora de surf, salva-vidas, cantora e dançarina.
Ricardo Taveira, um amigo ouvido pelo jornal, disse que ela era a melhor amiga da também brasileira Telma Emery, de 51 anos, morta em 7 de dezembro durante um roubo a uma casa de temporada.
Na última terça-feira, uma página foi criada na internet com o objetivo de arrecadar US$ 50 mil para pagar as cirurgias de Marjorie e as suas despesas no período em que ela não puder trabalhar durante sua recuperação. No primeiro dia foram coletados US$ 12,4 mil, doados por 210 pessoas.
Ainda segundo o “Star Advertiser”, seis pessoas foram atacadas por tubarões no Havaí em 2017 e quatro delas ficaram feridas. Nos outros dois casos, um tubarão mordeu a prancha de um praticante de stand-up paddle e outro apenas trombou em um mergulhador.
Incidentes
A estatística global mais recente sobre ataques de tubarões a seres humanos se refere a 2016. Naquele ano, foram registados 81 incidentes desse tipo, 17 a menos que no ano anterior, de acordo com o relatório anual do Arquivo Internacional de Ataques de Tubarões (ISAF, na sigla em inglês), da Universidade do Estado da Florida (Estados Unidos).
A taxa de mortalidade no período foi de 4,9% (apenas quatro daqueles ataques foram fatais), uma percentagem baixa pelos parâmetros do ISAF. Ao menos dois desses incidentes ocorreram na Austrália e os outros dois na Nova Caledônia, território francês no sudoeste do Oceano Pacífico.
Dos 150 possíveis ataques de tubarões a humanos investigados em 2016 pelo ISAF, concluiu-se que 81 foram não provocados, ou seja, ocorreram no habitat natural dos peixes e sem que houvesse provocação por parte da pessoa atacada.
A América do Norte foi a zona com maior número de ataques, 53 dos quais ocorreram nos Estados Unidos (incluindo dez no Havai). A costa da Florida, com 32 ataques, foi considerada a zona a nível mundial onde se registam mais ataques não provocados.
Na Austrália registaram-se 15 ataques, quatro na Nova Caledônia e dois na Indonésia. Já Bahamas, Brasil, Japão, Reunião, África do Sul, Espanha e Sri Lanka notificaram um incidente cada.
Em mais de metade dos ataques (58%), as vítimas foram surfistas ou praticantes de outros desportos ou atividades recreativas no mar, embora os praticantes de ‘snorkel’ tenham corrido pouco perigo (4,9% de ataques), apontou o relatório.