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Brasil Uma das principais vozes conservadoras no Ministério Público Federal defendeu o limite à liberdade de professores em sala de aula

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"Professor em sala de aula não tem liberdade de expressão", disse Ailton Benedito. (Foto: Reprodução/YouTube)

Uma das principais vozes conservadoras no MPF (Ministério Público Federal), o procurador Ailton Benedito deve compor a equipe do novo procurador-geral da República, Augusto Aras. Na última quinta (12), os dois tiveram uma conversa em Brasília, mas a forma como Benedito, atual chefe do MPF em Goiás, vai colaborar com a PGR (Procuradoria-Geral da República) será definida após a aprovação de Aras pelo Senado.

Nas redes sociais, o procurador assume posições contundentes contra a esquerda e temas como a chamada ideologia de gênero. É um defensor radical do Escola Sem Partido e diz que professor, em sala de aula, não tem direito à liberdade de expressão.

1) Até que ponto os valores conservadores que o sr. externa em redes sociais influenciam na sua atuação como procurador?

Da mesma forma que os valores cultivados por qualquer pessoa influenciam na sua atividade. Nós quando ingressamos no MP não nos desvestimos daquilo que éramos. Seria até inimaginável que uma pessoa deixasse tudo que viveu. Faz parte do papel de um membro do MP se comunicar com a sociedade. Uso muito as redes sociais para divulgar minha atuação, num processo de prestação de contas.

2) Mas quando o sr. no Twitter escreve algo contra a esquerda, não é um problema ao analisar o caso de um dirigente do PT?

Não, e nunca aconteceu. Há uma área da minha atuação, de direitos da saúde, em que lido com entidades e órgãos formados por muitas pessoas de perfil de esquerda. Não ter papas na língua é uma forma de expressar meu ponto de vista sobre a realidade. A realidade não tem papas na língua.

3) O sr. é um dos fundadores do grupo Ministério Público Pró-Sociedade, cujo manifesto diz que o MP não deve ser agente de transformação social. Pode explicar o que isso significa?

Não cabe ao MP definir pautas e valores que devem ser impostos à sociedade. Ações, programas e política públicas devem ser criados pelos que são eleitos. Existe uma visão no MP de transformar a sociedade de acordo com pautas ideológicas. Por exemplo, a ideologia de gênero. Existe no MP uma discussão infinita, grupos de trabalho, cursos, sempre fomentando esta prática.

4) O MP majoritariamente tem uma ideologia de esquerda?

Tem. Representantes dessa visão ocupam cargos importantes, na formação de membros, nas bancas de concurso. A síntese dessa visão é colocar o Estado como solução para todos os problemas da sociedade, como tutor, do pré-natal ao túmulo.

5) O sr. se opõe à chamada ideologia de gênero, mas o que propõe na prática? É contra a educação sexual?

Entendo que a partir de uma certa idade deve haver educação sexual nas escolas, em sentido biológico e fisiológico. Nada que se aproxime de ensinar crianças como praticar uma relação sexual.

6) Qual idade?

A partir dos 12 anos seria razoável. Se você ensina à criança o que é uma relação sexual, ela é despertada para a possibilidade de experimentar para saber do que se trata. Não deve haver sobre a criança nenhuma carga. É absurdo por exemplo, falar que tal criança decidiu ser transgênero. Criança não tem condições de decidir sobre nada disso. Se ela decidir então que é um gato, nós vamos aceitar?

7) Como o sr. entende que deve ser a atuação do MP nos direitos humanos?

Esse é um papel indissociável do MP. Existe um preconceito em relação a direitos humanos. Há os que enxergam como direitos humanos dos bandidos e os que dizem que os criminosos não têm que ter direito. Os direitos humanos pertencem a todos. Existe uma captura dos direitos humanos, como se fossem somente direitos de minorias.

8) O sr. se coloca contra a censura, mas defende o Escola Sem Partido, que quer colocar limites no que o professor pode falar em sala de aula. Não é uma contradição?

Não porque o professor em sala de aula não tem liberdade de expressão. A liberdade de expressão não cabe na atividade do magistério. Ali o professor tem que cumprir o programa, a grade curricular. O professor pode exercer sua liberdade em qualquer ambiente que quiser. Mas na sala de aula deve cumprir a pauta e a grade. Automaticamente, com conteúdo especificado, ele não tem liberdade de expressão.

9) Mas o sr. mesmo diz que é difícil separar os valores de uma pessoa do trabalho que ela faz.

O professor não está ali para expressar a sua vontade, a sua opinião. Não pode transformar a sala de aula num ambiente de militância político-partidária. Muitos militantes camuflados de professores estão ali fazendo proselitismo.

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