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Ciência Uma máquina que mantém o fígado vivo fora do corpo substitui o congelamento e pode revolucionar os transplantes

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Médicos observam máquina que mantém órgão na temperatura do corpo e o irriga com sangue e nutrientes. (Foto: Reprodução)

Manter os fígados que serão transplantados em “suporte de vida” à temperatura corporal os preserva melhor do que o método predominante de quase congelamento, e pode reduzir o número de órgãos doados que são descartados, disse um estudo divulgado nesta semana.

Atualmente, a maioria dos fígados de doadores é armazenada em um estado inerte em temperaturas pouco acima do congelamento, até que possam ser transferidos para um receptor.

Mas muitos acabam danificados, o que significa que apenas uma parte dos fígados colhidos para transplante é usada, embora haja uma escassez de órgãos urgente e crescente.

“Aproximadamente um em cada cinco pacientes na lista de espera de transplantes de fígado no Reino Unido morreu no ano passado, enquanto, paradoxalmente, quase 500 fígados de doadores falecidos não foram (…) transplantados”, disse à AFP o coautor do estudo Constantin Coussios, da Universidade de Oxford.

“Isso ocorreu porque a condição abaixo do ideal de muitos órgãos doados é tal que é improvável que eles funcionem depois de serem preservados no gelo. Apesar de muitos avanços no transplante de fígados, o método de preservação de órgãos praticamente não mudou em 30 anos”.

Um novo método chamado perfusão por máquina normotérmica (NMP) usa uma máquina para bombear sangue através do fígado a 37 graus Celsius – a temperatura do corpo humano.

A técnica mantém o fígado funcionando artificialmente enquanto o alimenta com sangue oxigenado, medicamentos e nutrientes.

Mas os cientistas não sabiam se este método realmente funciona melhor do que o método predominante, o que motivou o primeiro estudo a comparar os dois métodos de armazenamento de fígados.

Coussios e uma equipe estudaram o que aconteceu com dois conjuntos de fígados de doadores – 100 armazenados em gelo, outros 120 com NMP, e publicaram suas descobertas na revista científica Nature.

Os autores descobriram que os fígados armazenados com NMP tinham 50% menos “danos no enxerto” do que os órgãos quase congelados, e poderiam ser mantidos por consideravelmente mais tempo.

O fígado é ‘um paciente’

Assim, uma parte maior dos fígados armazenados com NMP poderiam ser transplantados.

O número de fígados recuperados de doadores, mas rejeitados após o armazenamento “foi reduzido em 50%”, disse Coussios.

Ao mantê-los funcionando artificialmente, o NMP permitiu uma avaliação mais fácil da qualidade do fígado do que era possível com um órgão hipotérmico quase congelado, disse – uma espécie de “test drive” pré-operatório.

A equipe concluiu que o uso disseminado do NMP pode reduzir o número de pessoas que morrem esperando um transplante, enquanto órgãos colhidos são descartados.

O primeiro dispositivo NMP, chamado OrganOx, foi registrado em 2016 e começou a ser usado na Europa, Índia e Canadá, disse Coussios.

Um dos autores do estudo é um ex-executivo-chefe da OrganOx Limited, e Coussios é seu diretor técnico.

Em um comentário também publicado pela Nature, Stefan Schneeberger, da Universidade de Medicina de Innsbruck, na Áustria, disse que a equipe fez um “caso convincente” em relação à eficácia do NMP, que segundo ele trata o fígado “como um paciente”.

“Ele é perfundido, monitorado e alimentado por uma máquina. Se ele tiver bom desempenho, será transplantado imediatamente; caso contrário, poderá ser submetido a tratamento, modificação ou reparo antes do transplante”.

Os efeitos a longo prazo do NMP devem ser estudados antes que possa ser considerado um método mais eficaz e adequado para o armazenamento de órgãos, acrescentou Schneeberger.

Coussios disse que mais estudos são necessários sobre o custo-benefício da tecnologia.

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