Terça-feira, 07 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 21 de março de 2016
Um transgênero, que atuava como modelo quando era mulher, conseguiu voltar a se firmar no mundo da moda depois de sua transição.
Adrian Dalton, de 31 anos, se chamava Katherine e fez relativo sucesso na Inglaterra no início dos anos 2000.
Agora, sem o corpo feminino, ele revela que tem trabalhado mais do que antes das cirurgias e se tornou um modelo andrógino requisitado, curiosamente, vestindo roupas femininas.
“Eu pensei que seria modelo de roupas masculinas, mas as pessoas me querem para moda feminina e é o melhor dos dois mundos. Sou um homem, que por acaso é bom em mostrar roubas femininas. Eu sou pioneiro em um novo nicho de mercado para modelos em que o gênero não importa”, acredita.
Como modelo andrógino, Adrian tem feito mais trabalhos do que quando tinha aparência feminina. Ele conta que chegou a ser rejeitado por agências por causa do corpo, considerado curvilíneo demais.
“Me diziam que meus seios eram grandes demais e que eu não tinha o visual de alta moda que os clientes queriam”, relembra o rapaz, que hoje faz até quatro trabalhos por semana.
Mas a trajetória de Adrian não foi feita só de alegrias. Como a maioria dos transgêneros, ele sofreu durante toda a vida tentando se adaptar ao mundo.
O fato de trabalhar com moda o fazia sentir-se confortável com o próprio corpo. Ele achou que fosse uma mulher lésbica, mas percebeu que sua condição ia além da orientação sexual.
“Eu sabia que eu não me encaixava e quando eu atingi a puberdade e desenvolvi um corpo curvilíneo e seios grandes, fiquei ainda mais confuso. Tentei ignorar os sentimentos e passei anos em negação”.
Somente depois de receber acompanhamento psicológico e iniciar a transição de gênero, o britânico se encontrou pessoal e profissionalmente. A terapia hormonal mudou seu corpo e ele conseguiu se recolocar no mundo da moda.
“Estou muito feliz de estar ganhando terreno e tendo apoio de agências de modelos que sabem que eu sou homem. É emocionante para mim abrir esse caminho e provar que gênero, na modelagem masculina e feminina, nunca deve ser um problema”, declara. (AG)