Sábado, 17 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 29 de junho de 2018
Uma nova paralisação não está nos planos dos caminhoneiros, ao menos por enquanto, segundo lideranças. Recentemente, áudios circularam pelo WhatsApp alertando para o risco de uma nova greve. “São áudios falsos, antigos. Estamos em negociação e não há possibilidade de uma nova greve por enquanto”, afirmou o caminhoneiro autônomo Wallace Landim, o “Chorão”, que liderou manifestações durante a paralisação de caminhoneiros em maio.
A categoria deverá aguardar ao menos até a votação da MP 832 que poderá converter a política de preço mínimo do combustível em lei, diz ele. A Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros) afirmou, em nota, que está “monitorando os grupos de WhatsApp dos quais participa para checar a veracidade sobre uma suposta nova paralisação. Entretanto, informamos que não estamos promovendo e nem apoiando uma nova greve da categoria”.
Na quinta, terminou sem acordo uma nova reunião no STF (Supremo Tribunal Federal) entre caminhoneiros e empresas que contratam os serviços de transporte de carga, em torno de uma tabela de preços mínimos para o frete rodoviário.
O ministro que acompanha o caso, Luiz Fux, deve manter suspensas as liminares que questionam a tabela do frete pelo menos até o fim de agosto, quando está prevista uma audiência pública para discutir o assunto. O STF entra em recesso na próxima semana.
No mercado da lei da oferta e da procura jamais vai vigorar uma tabela [de frete] eternamente. Isso tem que ficar claro. Tem que ensinar o caminhoneiro a pescar. Não adianta dar o peixe.” A opinião é de José da Fonseca, presidente da Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros), um dos porta-vozes e pioneiros do movimento que de caminhoneiros que parou o país. Ele diz que não participou da audiência sobre a tabela do frete com o ministro do STF porque acredita em uma negociação mais prolongada, fazendo sugestões de novas tabelas até alcançar um meio termo.
Sua posição difere da adotada pelo presidente da CNTA (Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos), Diumar Bueno, que foi ao STF defender o preço mínimo e não descarta uma nova paralisação de caminhoneiros. “Quem quiser fazer um negócio desse vai ter que assumir o risco”, diz Fonseca.
Sobre a criação de grupos que querem ver o “circo pegar fogo”, ele disse: “Não pense que eles acabaram. Não acredito que pode acontecer de novo uma greve da forma como foi essa, porque o pedido do diesel já está aí, o do eixo suspenso, tem muitas coisas. Nos grupos [de Whatsapp] que eu administro aqui, quando um cara [defendendo intervenção militar] consegue se infiltrar, eu já encerro o grupo e começo outro. Quem denunciou isso [durante os protestos] fui eu. Se eu não tivesse denunciado, sabe-se lá o que teria acontecido”.