Domingo, 28 de abril de 2024

Porto Alegre
Porto Alegre, BR
18°
Light Rain

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil Uma possível candidatura presidencial de Henrique Meirelles no ano que vem teria jogado uma “pá de cal” na improvável aprovação da reforma da Previdência

Compartilhe esta notícia:

Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. (Foto: Gustavo Raniere/MF)

Os movimentos do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em direção a uma possível candidatura presidencial no ano que vem teriam jogado uma “pá de cal” na já improvável aprovação da reforma da Previdência, segundo economistas e cientistas políticos ouvidos pelo jornal Valor Econômico.

Sócio da consultoria Tendências, o cientista político Rafael Cortez entende que as movimentações de Meirelles e as especulações em torno de sua eventual candidatura à Presidência da República “não são positivas” para a viabilização da emenda constitucional.

No entendimento do analista, está consolidada no meio político a percepção de que a aprovação dessa reforma “gera custo reputacional” aos parlamentares. Daí a dificuldade de aprovação. Alguns assumiriam esse custo se tivessem segurança de que haveria “uma compensação” em 2018 decorrente do crescimento econômico a ser explorado.

“Quando Meirelles se coloca como ator político, ele joga no sentido contrário dessa lógica. Eventual exploração do ganho da economia iria para ele. Então isso altera a leitura de incentivos e dificulta ainda mais a reforma”, diz Cortez.

Para Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, uma eventual candidatura presidencial de Meirelles surgiria em um contexto em que a aprovação de uma pauta ambiciosa no Congresso já está comprometida. “Com ou sem Meirelles, não vejo muito espaço para grandes reformas. O grande serviço que dava para ser feito já foi feito”, disse, referindo-se à aprovação de medidas como o teto dos gastos.

“A reforma da Previdência é impopular, e você está pedindo para que ela seja feita em cima da eleição, não dois, três anos antes. Isso faz toda a diferença”, afirma. “A questão é que ninguém, nem o governo, nem o Congresso, quer morrer com a bucha na mão e admitir que desistiu.”

Para José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator, até outubro havia “boas chances” de que ao menos a criação da idade mínima para a aposentadoria passasse no Congresso. Essa era uma medida, segundo ele, mais fácil de ser assimilada pela população. “Agora já se passou todo o mês de outubro, perderam a primeira semana de novembro, e ainda existe toda essa pauta de medidas provisórias do lado fiscal e outros projetos setoriais importantes para serem negociados”, diz.

Marcelo Kfoury, professor da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (EESP/FGV), afirma que, “em vez de cuidar da agenda de reformas, Meirelles terá que ficar se defendendo de denúncias”.

No domingo, o site Poder 360 revelou que o ministro possui um truste nas ilhas Bermudas, paraíso fiscal no Caribe. A Sabedoria Foundation, de acordo com Meirelles, tem o objetivo de gerir parte de sua herança quando ele falecer. Os recursos sob controle da fundação, segundo nota da Fazenda, serão usados para financiar “atividades beneficentes no setor de educação no Brasil”. O ministro afirmou que “essa estrutura não figura nas minhas declarações de Imposto de Renda (IR), como de fato não deveria figurar”, por causa da maneira como ela foi constituída. Ele garantiu, no entanto, que a doação inicial à Sabedoria, de US$ 10 mil, realizada em 2002, está na sua declaração de IR, como obriga a lei.

Na semana passada, a revista Piauí também já havia revelado que Meirelles assinou pelo menos cinco atas como presidente do conselho de administração da J&F, holding controladora do grupo JBS, investigado em seis operações da Polícia Federal. À revista, o ministro afirmou que não tinha ingerência nos assuntos relativos à holding e que sua função no grupo era a criação do Banco Original.

Em direção contrária a de Cortez, Vale e Kfouri está José Márcio Camargo, economista-chefe da Opus Gestão de Recursos, afirma que a pré-candidatura de Meirelles e a melhora da economia podem “aglutinar a base aliada” e, de alguma maneira, colaborarem com a aprovação da reforma previdenciária. Mesmo assim, ele admite que o tempo joga contra a aprovação. “É preciso que a reforma passe na Câmara ainda neste ano”, diz. Para o diretor do Diap, Antônio Augusto de Queiroz, Meirelles “não tem condições objetivas” de viabilizar uma candidatura.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

O Conselho Superior do Ministério Público Federal se manifestou contra a proposta que dá autonomia à Polícia Federal, e uma comissão da Câmara dos Deputados adiou a votação
A Câmara dos Deputados aprovou o projeto que acaba com o atenuante de pena para menor de 21 anos
https://www.osul.com.br/uma-possivel-candidatura-presidencial-de-henrique-meirelles-no-ano-que-vem-teria-jogado-uma-pa-de-cal-na-improvavel-aprovacao-da-reforma-da-previdencia/ Uma possível candidatura presidencial de Henrique Meirelles no ano que vem teria jogado uma “pá de cal” na improvável aprovação da reforma da Previdência 2017-11-07
Deixe seu comentário
Pode te interessar