Sábado, 20 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 6 de abril de 2019
Durante a madrugada desta sexta-feira (5), a sonda Hayabusa2 liberou um pequeno pêndulo explosivo em direção ao asteroide Ryugu. Após meses de preparação, a Agência de Exploração Aeroespacial do Japão, JAXA, conduziu esse procedimento de maneira remota, na sala de operações localizada na Terra. Transmitida em tempo real, a missão demorou horas e foi repleta de tensão: ao final, os responsáveis pelo projeto comemoraram muito.
Toda a operação recebeu o nome de “Operação do Pequeno Impactor de Carga” e tinha como principal objetivo entender melhor o interior de um asteroide, assim como a origem do Sistema Solar e da vida na Terra. Para isso, a JAXA decidiu criar uma cratera no Ryugu e coletar algumas amostras.
Durante toda a madrugada, milhares de pessoas acompanharam, com apreensão, a confirmação da agência espacial japonesa de que a missão havia sido concluída com sucesso. No Twitter, às 03h38min da manhã (horário de Brasília-DF), a JAXA escreveu que a câmera DCAM3 havia fotografado com sucesso o momento que o explosivo colidiu com o asteroide.
“Este é o primeiro experimento de colisão do mundo com um asteroide! No futuro, examinaremos a cratera formada e como o ejetor se dispersou”, escreveram.
Após ter lançado o explosivo, a Hayabusa2 recuou para trás do asteroide por segurança. Com as imagens, os pesquisadores esperam entender melhor do que exatamente o asteroide Ryugu é feito.
Esta não é a primeira vez que uma missão espacial é conduzida na tentativa de explodir um asteroide. Em 2005, o projeto Deep Impact, da Nasa (agência espacial norte-americana), criou uma cratera artificial em um cometa, porém, na época, foi pensada apenas para fins de observação, sem coletar amostras.
Nas próximas duas semanas, a nave lentamente retornará à sua posição anterior, a cerca de 20 quilômetros da superfície do asteroide, com o objetivo de examinar melhor a cratera que foi criada. Então, a equipe de controle da missão decidirá quando e exatamente de onde serão coletadas as amostras.
Mas o lançamento de “bombas” para a coleta de amostras tanto da superfície quanto do interior do objeto não são as únicas missões da Hayabusa2 em Ryugu: a nave ainda liberará o MINERVA-II, um terceiro e minúsculo rover, parecido com os outros dois que pousaram em setembro do ano passado, para que faça ainda mais observações diretamente na superfície.
Somente depois disso a nave voltará para a Terra, carregando as amostras coletadas depois de um ano e meio estudando o asteroide de pertinho e seis anos longe de casa — a Hayabusa 2 foi lançada em dezembro de 2014 e deverá voltar à Terra em dezembro de 2020.