Segunda-feira, 30 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 23 de junho de 2022
Os líderes dos 27 países da UE (União Europeia) concordaram nesta quinta-feira (23) que a Rússia “é a única responsável” pela escassez de alimentos em todo o mundo. “A Rússia, usando os alimentos como arma em sua guerra contra a Ucrânia, é a única responsável pela crise global de segurança alimentar que tem provocado”, diz o comunicado final do encontro em Bruxelas.
O Conselho Europeu apelou para Moscou parar imediatamente de atacar instalações agrícolas e desbloquear os portos no Mar Negro, especialmente o de Odessa, de modo a permitir a exportação de cereais e as operações de navegação comercial.
Em nota, os líderes do bloco reforçam também o apoio aos esforços do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, para tentar combater a crise alimentar.
Durante a reunião na tarde desta quinta, na qual a Ucrânia recebeu o status de candidata ao bloco, a UE explicou que continua “fortemente empenhada em fornecer mais apoio militar para ajudar” os ucranianos a exercerem “o seu direito intrínseco de autodefesa contra a agressão russa e defender a sua integridade territorial e soberania”.
Segundo o documento, o Conselho trabalhará rapidamente para aumentar ainda mais o apoio militar. Nos rascunhos iniciais, inclusive, estava prevista a possibilidade de uma nova parcela de financiamento militar a ser dada a Kiev através do Mecanismo Europeu de Paz.
No entanto, a referência ao fundo de 5,7 bilhões de euros foi desconsiderada, porque, segundo fontes europeias, não haveria consenso unânime sobre qual instrumento usar para enviar mais armas à Ucrânia.
Por fim, o Conselho Europeu condenou “veementemente os ataques indiscriminados da Rússia contra civis e infraestruturas e pediu para Moscou “retirar imediata e incondicionalmente todas as suas tropas e equipamento militar de todo o território da Ucrânia dentro das suas próprias fronteiras internacionalmente reconhecidas”.
Ucrânia e Moldávia
Também nesta quinta, os líderes dos países da União Europeia concordaram em conceder à Ucrânia e à Moldávia o status de candidatas a entrar no bloco. O processo de integração ao bloco dos países, no entanto, pode demorar anos.
Foi preciso um consenso para que os 27 países da União Europeia aprovassem a candidatura da Ucrânia, já apoiada anteriormente pela Comissão Europeia, o braço executivo da União Europeia, e pelas principais economias do bloco, embora alguns membros tenham se mostrado relutantes.
A presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, pediu para que os líderes europeus concordem com o pedido do governo da Ucrânia.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que, na quarta-feira, realizou “uma maratona telefônica” durante a qual conversou com 11 líderes europeus para defender a candidatura.
Esse cenário de acolhimento à Ucrânia, inimaginável até recentemente, foi imposto ao bloco comunitário com a guerra iniciada pela Rússia há quatro meses. As informações são das agências de notícias Ansa e AFP.