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Saúde Uso de smartphones e outros eletrônicos antes de dormir impede o sono e pode causar doenças

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Julia Barros teima em levar seu smartphone para a cama todas as noites antes de dormir. (Crédito: Reprodução)

Durante a semana, o ritual da professora Julia Barros, 36 anos, é sempre o mesmo antes de ir dormir. Por volta das 22h, ela beija o marido, lhe deseja boa noite, deita na cama e, ao invés de fechar os olhos para descansar, liga o smartphone. Ali, Julia se informa sobre o dia, conversa com amigas pelo WhatsApp, liga para a mãe por Skype, e verifica o Facebook até adormecer, por volta de 0h30min. Às 6h, ela já está em pé certa de que poderia ter tido uma noite melhor de sono não fosse a agitação causada pelo celular – o que não a impede de repetir o hábito.

O caso da professora é emblemático em mostrar como a crescente importância da tecnologia pessoal, com smartphones, tablets e computadores de telas luminosas e hiperconectadas, vem impactando o sono das pessoas. As consequências disso, afirmam especialistas, são claras: a curto prazo, menos horas e pior qualidade de sono, cansaço, problemas de memória; já a longo prazo, propensão a problemas cardíacos e diversas outras enfermidades.

“Passamos o dia todo trabalhando, envolvidos em mil coisas. Ao pararmos para descansar, normalmente na hora de dormir, é quando temos tempo para verificar o que está acontecendo no mundo”, afirma Julia. A professora conta que já se acostumou com as broncas do marido por causa do hábito e ele mesmo desistiu de fazê-la mudar. “Ele até passou a deixar a luz acesa por minha causa. Sei que isso me deixa agitada, o que faz com que eu demore a pegar no sono, mas estaria mentindo se dissesse que já tentei mudar”, revela.

Julia não está sozinha nessa tendência. Uma pesquisa realizada, em 2013, pela Fundação Nacional do Sono dos Estados Unidos, com 1,5 mil adultos selecionados no país, no Canadá, no México, no Reino Unido, na Alemanha e no Japão indica que mais da metade dos americanos, canadenses e ingleses, e pelo menos dois terços dos japoneses, usam algum tipo de dispositivo eletrônico ao menos uma hora antes de ir para a cama. Não à toa, o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, na sigla em inglês) classifica a insuficiência de sono como uma epidemia de saúde pública desde 2011.

E o problema não é apenas comportamental. Conforme explica Rosa Hasan, neurologista da ABS (Associação Brasileira do Sono), smartphones, tablets e computadores têm um impacto fisiológico real em nosso organismo.

“Ao manterem esses dispositivos perto da cama, as pessoas simplesmente não conseguem relaxar, por causa das notificações. Mas há um fator fisiológico também: a luz desses aparelhos inibe a produção de melatonina pelo nosso corpo, um hormônio que nos ajuda a regular o sono”, descreve.

O neurologista Luciano Ribeiro reconhece a dificuldade de conscientizar as pessoas, principalmente as mais jovens, sobre os problemas de uma rotina de sono de menos de seis horas por noite, já que muitos não sentem os problemas a curto prazo desse hábito. Porém, alerta que as pessoas devem ter em mente as possíveis consequências futuras desse comportamento.

“Diversos estudos mostram que as pessoas que sofrem uma privação crônica de sono acabam sofrendo maior incidência de problemas cardiovasculares, envelhecimento precoce e doenças mentais”, alerta. (AG)

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https://www.osul.com.br/uso-de-smartphones-e-outros-eletronicos-antes-de-dormir-impede-o-sono-e-pode-causar-doencas/ Uso de smartphones e outros eletrônicos antes de dormir impede o sono e pode causar doenças 2015-05-16
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