Quarta-feira, 29 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 21 de junho de 2018
Vale a pena escalar Neymar contra a Costa Rica? Neymar não está em sua melhor condição física, isso já está claro. Além de ritmo, ele carece também de força, confiança. Seu pé direito pode estar bom o suficiente para jogar futebol, para bater na bola, driblar e correr, mas ainda não inspira a mesma certeza de antes. Tanto na torcida, que a cada dividida mais forte, fica com receio de uma lesão, quanto no jogador. O lance aparentemente inofensivo no treino de terça-feira (19) e a reação de Neymar de deixar o trabalho, irritado com as dores, revelam um jogador frustrado com os incômodos recorrentes.
Neymar treinou na quarta-feira (20) e garantiu sua escalação para a partida contra a Costa Rica, nesta sexta-feira (22), em São Petersburgo. Mas a dúvida que fica é: vale a pena? Tite e sua comissão técnica não deixam de estar entre a cruz e a espada. A expectativa interna é de novo jogo pegado. Neymar foi o maior alvo das faltas suíças – 10 das 19 cometidas foram em cima do jogador. E deverá ser também o mais visado contra os caribenhos. Neymar não muda seu estilo de jogo, mesmo com um alvo nas costas. Prende a bola, prioriza sempre a jogada individual para depois cogitar o jogo coletivo. Isso é um convite aos carniceiros de plantão.
Um novo jogo violento como o de domingo passado pode retardar ainda mais a evolução física de Neymar, entregue a sessões constantes de fisioterapia para se livrar das dores. Fortalecer Neymar, em especial o pé direito que operou no dia 3 de março, é uma necessidade da Seleção. Deixá-lo no banco contra a Costa Rica seria uma alternativa – quando jogou sem ele, a Seleção venceu os amistosos contra Rússia e Alemanha, teoricamente adversários mais fortes que o de sexta. A Seleção Brasileira precisa de Neymar bem de verdade quando enfrentar as seleções mais fortes, a partir de um possível confronto com a Alemanha já nas oitavas-de-final.
Ao mesmo tempo, o empate na estreia trouxe pressão a mais sobre a Seleção Brasileira contra a Costa Rica. É o adversário mais fraco do grupo, mas qualquer tropeço colocará a classificação para as oitavas de final em risco. Seria um mico histórico, não passar da primeira fase do Mundial. Para não correr esse risco, ter meio Neymar em campo já faz a diferença. Mesmo à meia boca, foi decisivo para as vitórias nos amistosos contra Croácia e Áustria, com direito a dois golaços, um em cada partida. Talvez seria o caso de tentar matar o jogo no início, com Neymar em campo, e depois do intervalo substituí-lo.
“Eu treinei bem, me senti à vontade, o pé está tranquilo. Nossa expectativa para o jogo é a melhor possível, vamos atrás da vitória, queremos jogar mais do que no último jogo”, frisou o atacante em entrevista.