Quinta-feira, 12 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 27 de julho de 2020
Com aumento de casos do novo coronavírus, vários países do continente asiático voltaram a adotar medidas de isolamentos e outros limites à circulação de pessoas nos últimos dias. Em Hong Kong, pelo sexto dia consecutivo, foram registradas mais de 100 novas infecções pela Covid-19, com um recorde de 145 novos casos em um dia, registrado nesta segunda-feira (27).
No Vietnã, 80 mil pessoas, a maioria turistas locais, estão sendo retiradas da cidade central de Danang, depois que três moradores tiveram testes positivos para o coronavírus no fim de semana, nos primeiros casos registrados no país desde abril, e mais 11 casos foram relatados nesta segunda-feira. No Japão, o ministro da Economia fez um apelo aos líderes empresariais para intensificarem as medidas para combater a propagação da doença, como turnos escalonados e pelo menos 70% de trabalho remoto, meta alcançada durante um estado de emergência anterior.
As medidas mais severas foram anunciadas em Hong Kong, onde autoridades decretaram nesta segunda-feira o uso obrigatório de máscara em locais públicos, além de proibir reuniões de mais de duas pessoas e ordenar o fechamento de restaurantes, que podem funcionar apenas para delivery. Também foram fechados centros esportivos e de recreação e piscinas públicas.
As novas medidas de isolamento, que entram em vigor a partir de quarta-feira, terão duração de pelo menos sete dias. Quem desrespeitar as regras, pagará uma multa de US$ 645 (cerca de R$ 3,3 mil). Apenas crianças e pessoas com doenças graves estão isentas.
“A situação é muito preocupante”, disse o vice-executivo Matthew Cheung, acrescentando que o atual surto é o mais grave que a cidade sofreu. “Sacrifiquem a convivência no curto prazo para ter saúde a longo prazo.”
Cheung também afirmou que Pequim concordou em ajudar a cidade a construir um hospital de campanha para lidar com o aumento de casos. O território governado pela China, com uma população de mais de 7,5 milhões de habitantes, interrompeu em julho os serviços de jantar a partir das 18h, à medida que aumentavam os casos, mas restaurantes e cafés funcionavam normalmente durante o dia. Desde o final de janeiro, mais de 2.700 pessoas foram infectadas na cidade e 18 morreram.
No Japão, a meta é aumentar o trabalho remoto. “A certa altura, o número de trabalhadores remotos foi de 80%, mas agora são apenas cerca de 30% da população”, disse o ministro da Economia Yasutoshi Nishimura no domingo. “Nós realmente não queremos voltar atrás, por isso temos que explorar novas maneiras de trabalhar e manter o teletrabalho alto.”
Já no Vietnã, onde a pandemia foi rapidamente controlada em abril, o governo está em alerta máximo após a confirmação, no sábado, das primeiras infecções desde então. As evacuações da maioria dos turistas locais levarão pelo menos quatro dias, com aproximadamente 100 voos diários de Danang para 11 cidades vietnamitas, informou o governo em comunicado. O país também reintroduziu medidas de distanciamento social na cidade.
Na Oceania, a Austrália registrou o maior recorde de infecções nesta segunda-feira desde o início da pandemia, com 549 novas casos, a maioria no estado de Victoria. Um confinamento parcial foi decretado há duas semanas em Melbourne e arredores, que afetou cinco milhões de pessoas. A Papua-Nova Guiné, por sua vez, interrompeu a entrada de viajantes a partir de segunda-feira, exceto os que chegam por via aérea, após o número de infecções dobrar na semana passada.
Na China, o maior número de novos casos em quase cinco meses foi registrado no domingo. Segundo a Comissão Nacional de Saúde, foram contabilizados 61 contágios em 24 horas, sendo 57 de transmissão comunitária e quatro importados. O foco do novo surto está na capital de Xinjiang, Urumqi, que registrou 41 novos infectados, e onde as autoridades lançaram, no fim de semana, um segundo programa de testagem em massa.
Há também registros de 14 casos em Liaoning, e um terceiro foco na cidade costeira de Dalian, que recebe neste final de semana metade dos jogos do campeonato nacional de futebol, disputado a portas fechadas. A província vizinha de Jilin, na fronteira com a Coreia do Norte, registrou outros dois casos locais.
A situação, no entanto, não causa grande preocupação no país, que registrou oficialmente 4.634 mortes pela epidemia. Os focos que surgiram nos últimos meses foram rapidamente contidos com medidas rigorosas. Até o momento, de acordo com a Universidade Johns Hopkins, a China contabiliza 86.570 casos e 4.652 mortes na pandemia.
Globalmente, a doença afetou 16,2 milhões de pessoas e causou mais de 646.000 mortes, de acordo com uma compilação de dados oficiais que os especialistas consideram abaixo da realidade. As informações são do jornal O Globo e de agências internacionais de notícias.