Sábado, 10 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 3 de novembro de 2015
Por que se tornar um vegetariano?
Vegetarianos seguem uma dieta à base de ovos, leite e laticínios. Os veganos integram a “ala mais radical” dos vegetarianos e não consomem qualquer produto que gere exploração ou sofrimento animal.
Adeptos de uma dieta sem carne seriam menos propensos a morrer de doenças crônicas de forma geral. Estudo da Loma Linda University na Califórnia (EUA) com mais de 70 mil participantes sugeriu que os vegetarianos vivem mais tempo que os consumidores de carne. Em seis anos, foram 2.570 mortes, por diversas causas, com índice 12% inferior entre os vegetarianos se comparado com os não-vegetarianos.
Pesquisa publicada, em 2014, no JAMA Internal Medicine, revista da Associação Médica Americana, mostrou que pessoas que não comem carne têm pressão arterial mais baixa em comparação com as pessoas que comem carne.
De acordo com o presidente da Sociedade Vegetariana Brasileira, Ricardo Laurino, o alerta da Organização Mundial de Saúde vem ao encontro não apenas da saúde. “As pessoas passam a atentar também para a questão ambiental [do desmatamento], a questão dos maus-tratos aos animais e a todos os seus reflexos; é momento de repensar.”
Para ele, os principais alimentos que substituem a carne são baratos e fáceis de conseguir: feijões, lentilha, grão-de-bico, tofu, soja. “Você pode comer de forma vegana barata ou cara. Depende da escolha, mas não tem nada a ver com a questão de ser vegano”, explica.
Para a fisioterapeuta e professora de ioga Daniela Muniz, a carne vermelha contém elevados níveis de adrenalina. Cortá-la do cardápio foi fundamental para diversificar o seu cardápio. “Passei a comer muito melhor. É possível suprir a proteína da carne com um bom prato de arroz, feijão, verduras escuras e castanhas. Hoje sou uma pessoa mais calma”, conta.
Por que continuar a ser um carnívoro?
Adeptos da dieta carnívora não economizam argumentos para justificar por que, apesar dos alertas, se mantêm fiéis à carne vermelha. E, claro, os mais radicais contra-atacam os vegetarianos. “Isso não dá sangue”, brinca Rodrigo de Souza, que não troca a picanha de domingo por uma lasanha de berinjela.
Faz sentido. Especialistas dizem que a carne – assim como o leite e seus derivados – é um dos alimentos mais completos que existem, rica em proteínas, aminoácidos e ferro.
O nutricionista clínico esportivo funcional Leonardo Acro entende o ser humano como um ser proteico. “Como nutricionista, eu reconheço a importância da proteína de origem animal.” Para ele, vegetarianos podem ficar sem suplemento de vitamina B12, cuja principal fonte é a carne vermelha. “A deficiência dessa vitamina pode, inclusive, gerar uma anemia.”
Um estudo do Instituto Ludwig Boltzmann, na Áustria, constatou nos vegetarianos uma redução da síntese de colágeno, que tem papel fundamental na prevenção do envelhecimento da pele. A vegetariana Daniela Muniz admite sentir os músculos mais flácidos. “Tenho que prestar muita atenção na dieta, para balancear bem as proteínas, senão, sinto a musculatura muito mais flácida.”
Um dos principais desafios de cortar a carne é a questão do ferro. O ferro tipo “heme”, encontrado na carne vermelha, é mais fácil de ser absorvido pelo organismo humano do que o “não heme”, encontrado nos grãos e legumes. Dessa forma, a diferença do ferro pode potencializar o desenvolvimento de uma anemia.
Estudos mostram que a deficiência de zinco, um dos problemas que podem afetar os vegetarianos, pode deixar o sistema imunológico mais fraco. Um estudo da Universidade Estadual de Michigan, nos EUA, constatou que, em apenas um mês, a eficiência do sistema imunológico diminuiu de 30% a 80%. (AD)