Domingo, 02 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 7 de fevereiro de 2021
Só quem tem alergias respiratórias sabe como elas atrapalham a vida. A pessoa não consegue trabalhar direito, se divertir ou mesmo ter uma boa noite de sono. Por causa desse incômodo, o alérgico é capaz de fazer qualquer coisa para se ver livre das crises. E muitas vezes acaba seguindo receitas caseiras ou orientações da internet, que não dão certo.
Para evitar que você perca o seu tempo, vamos desmistificar algumas informações que circulam por aí.
Antes, é importante entender como essas inimigas do bem-estar se instalam no corpo, especialmente a rinite alérgica. Tudo começa no nariz. Responsável por limpar, umidificar e aquecer o ar, ele tem um mecanismo de defesa que reconhece substâncias tóxicas e age para impedir que elas cheguem aos pulmões. Para isso, bloqueia a passagem desses agressores por meio da obstrução nasal, com sintomas como espirros e coriza. Isso é normal e todas as pessoas, ao entrarem em contato com algumas substâncias tóxicas, apresentam esses sintomas.
Acontece que os alérgicos têm uma defesa exagerada a agentes que não são potencialmente agressivos ao ser humano. Ou seja, são hipersensíveis a substâncias que não despertariam nenhuma reação em outras pessoas, como ácaros, poeira e pólen, por exemplo. Além da obstrução nasal, a rinite alérgica provoca bastante coceira no nariz, céu da boca e garganta, espirros, olhos vermelhos ou lacrimejantes.
É possível atuar na prevenção e redução das reações alérgicas. O primeiro passo é a prevenção, que consiste em reduzir a presença dos alérgenos em casa, no carro e no local de trabalho. Resumindo, você deve deixar a luz do sol entrar nesses ambientes, mantê-los sempre limpos e ventilados, evitar ter objetos onde os ácaros costumam se alojar, eliminar fungos e umidade e não ter muito contato com animais de estimação, como cachorros e gatos.
O segundo passo é o combate das crises. Ele é feito com medicamentos anti-histamínicos, descongestionantes, corticosteroides, cromoglicato dissódico e antagonistas de receptores de leucotrienos. Procedimentos como a imunoterapia alérgeno-específica, solução salina e agentes imunobiológicos também trazem bons resultados.
Veja a seguir o que é mito ou verdade a respeito da rinite alérgica:
1) A rinite alérgica pode se manifestar junto de outras doenças.
Verdade. Ela pode estar associada a várias patologias como asma, conjuntivite alérgica, rinossinusite aguda e crônica, otite média com efusão e alterações do desenvolvimento craniofacial dos respiradores bucais em crianças. Além dessas doenças, distúrbios do sono como apneia e hipopneia obstrutiva do sono, tanto em crianças como em adultos, também podem ocorrer junto com a alergia.
2) As crises não pioram no inverno.
Mito.Pessoas com rinite alérgica ou asma estão mais sujeitas a ter incapacidade funcional relacionada ao frio e exacerbação de problemas de saúde do que as que não têm doenças respiratórias pré-existentes. Isso acontece porque a baixa temperatura do ar afeta o epitélio respiratório, provocando hiperresponsividade (inflamação) e estreitamento das vias aéreas respiratórias. Consequentemente, o resfriamento e a secagem do epitélio respiratório podem gerar uma inflamação crônica e aumentar os sintomas alérgicos.
3) Pessoas jovens são as que mais sofrem.
Verdade. Crianças, adolescentes e adultos jovens têm mais rinite alérgica do que as pessoas mais velhas. Nas crianças, os efeitos crônicos do processo inflamatório afetam outros sistemas ou órgãos relacionados, como os ouvidos e pulmões. Também podem gerar asma, sinusite crônica e aguda, otite média aguda, otite média secretória, agravamento da hipertrofia adenoide, hipertrofia linfoide, derrame crônico da orelha média com perda auditiva e apneia obstrutiva do sono, além de problemas comportamentais e de aprendizado.
4) Rinite alérgica é hereditária.
Verdade. Se a sua família tem um histórico de alergias, é provável que você desenvolva uma sensibilidade aos ácaros, já que há um componente hereditário quando se trata de rinite alérgica.
5) Poluentes não provocam rinite alérgica.
Mito.O tabaco é responsável inclusive por problemas respiratórios nos filhos de gestantes que fumam ou inalam a fumaça do cigarro. Além dele, outros poluentes como ozônio, dióxido de enxofre, material particulado (PM 10) e dióxido de nitrogênio derivados da combustão do gás de cozinha ou fogão a lenha causam alergias respiratórias. Cheiros fortes também são gatilhos para reações alérgicas. Portanto, a recomendação é evitar, sempre que possível, o uso de produtos de limpeza, perfumes, talcos e sprays.