Domingo, 05 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 14 de janeiro de 2016
A valorização do dólar frente ao real em 2015 reduziu os benefícios de compras nos Estados Unidos. Produtos sofisticados continuam a ter melhor preço fora do Brasil, mesmo com a conversão do câmbio. No entanto, o imposto pago na alfândega pode diminuir essa vantagem. Usando a cotação de 3,96 reais, para o dólar comercial, a reportagem calculou o custo final de 16 produtos, se declarados na alfândega. Doze deles continuam mais baratos quando adquiridos nos EUA.
A conta inclui a taxa de Nova York, de quase 9% do valor do produto, mais o imposto de importação brasileiro, que é igual à metade do montante que excede a cota da Receita, de 500 dólares. Vale lembrar que o consumidor pode trazer um smartphone sem incidência de imposto, desde que tenha sido colocado em uso pelo próprio viajante.
Um iPhone 6s de 16GB, que custa 3.999 reais no Brasil, sai por 2.800 reais nos Estados Unidos. Quando declarado, o custo passa a ser de 3.207 reais. Já um carrinho de bebê Crusi da marca Stokke custa, nos EUA, 5.385 reais. Menos que os 6.240 reais pagos no Brasil. Mas, declarado, o produto custa 7.088 reais.
Em muitos casos, o custo final, depois do imposto, continua sendo menor, mas com vantagem menos atraente. Uma filmadora Sony Full Hd custa 17,2 mil reais nos EUA – menos da metade do preço no Brasil, de 38,7 mil reais. Quando declarada, passa a custar 24,8 mil reais.
O risco de não declarar um bem pode sair caro. Caso a Receita o considere incompatível com o período da viagem e decida autuar o consumidor, a multa é equivalente ao valor do imposto: metade do excedente da cota. Portanto, o produto acaba custando o dobro do preço.
O empresário Beni Waiswol, 53 anos, acostumou-se a viajar a Nova York pelo menos uma vez por ano e tinha uma lista de compras quase fixa. Duas camisas e duas pólos de marcas específicas. Mesmo com 60% de desconto nas camisas, ele abdicou, desta vez.
“Não faz o menor sentido”, diz. Na conta dele, ainda há o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) nas compras no cartão de crédito. “A gente se acostumou a comprar muita roupa, tênis. Sempre tem descontos de 50%, 60%. Mas desta vez, com o preço final, vou comprar coisa boa no Brasil.”
O vendedor Marconi Alexandria, que trabalha na Bloomingdale’s em Nova York há 20 anos, observou a queda no consumo de brasileiros. “Caiu demais. Talvez uns 90% em 2015, em comparação com o ano anterior”, estima.
Segundo o vendedor, ainda há muitos brasileiros passeando pela cidade, mas sem a mesma disposição para gastar. “Antigamente, o pessoal de classe média baixa vinha em peso, a família toda comprava. Hoje, é sorte se comprarem um único perfume.” (Folhapress)
Voltar Todas de Viagem e Turismo