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Política Veja quais foram os cinco recados de Rodrigo Maia a Jair Bolsonaro

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"Fica parecendo que é só deputado, mas são 50 mil agentes públicos com foro privilegiado", afirmou Maia. (Foto: Agência Brasil)

Depois que a temperatura em Brasília esquentou e a relação com o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL) ficou estremecida, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), disse neste sábado (23) a jornalistas que a crise “acabou”. “Ela [crise] foi criada pelo entorno do governo, mas para mim já acabou e agora quero focar naquilo que eu acredito que é fundamental, que é mudar o Brasil”, disse Maia.

Apesar de garantir que vai continuar trabalhando pela reforma da Previdência, Maia mandou o uma série de recados ao governo federal em entrevistas concedidas a veículos de imprensa. O presidente da Câmara cobra, principalmente, a melhora na articulação política do governo com o Congresso. Na próxima semana a gente precisa voltar a trabalhar pela reforma da Previdência. Eu dentro da Câmara, dialogando com os partidos, com os deputados, e o presidente da República assumindo de forma definitiva o que é o seu papel de articulação em nome do governo”, disse Maia.

Empenho

O principal recado de Maia o governo federal é a necessidade de um empenho por parte de Bolsonaro para aprovar a reforma da Previdência. “Não preciso namorar, não preciso conversar, não preciso tomar café. Eu tenho convicção da matéria, o presidente nunca teve”, disse Maia a jornalistas neste sábado, referindo-se à declaração em que Bolsonaro comparou sua relação com o presidente da Câmara com um namoro. “Ele precisa ter convicção, precisa parar de falar que é contra a reforma da Previdência. Isso atrapalha, isso gera insegurança”, criticou o presidente da Câmara.

Bolsonaro chegou a dizer nesta semana que não gostaria de aprovar as mudanças. “A gente sabe que a reforma da Previdência é dura. Gostaria de não fazer, mas se não fizer, daqui dois, três anos quebra o Brasil e ninguém recebe nada”, disse o presidente em uma transmissão ao vivo nas redes sociais.”

Ele não precisa me convencer a ser a favor da Previdência, o Paulo Guedes é que tem que continuar convencendo ele a ser a favor da Previdência. Eu estou onde sempre estive, eu defendo as mesmas ideias há muitos anos. Ele vem num processo de transição”, disse Maia.

Articulação política

Na mesma linha da necessidade da aprovação da reforma, Maia afirmou que o governo precisa começar a levar a articulação política a sério. “O presidente da Câmara, que sou eu, vou continuar dentro do processo [de aprovação da Reforma] dentro da Câmara, dialogando com os deputados, mas eu não tenho a responsabilidade, nem o governo pode me delegar a responsabilidade de construir uma base para o governo”, reclamou.

É importante que o governo acerte na articulação e ele não pode terceirizar a articulação como estava fazendo. Transfere para o presidente da Câmara e para o presidente do Senado a responsabilidade que é dele e fica transferindo e criticando. ‘Ah, a avelha política está me pressionando, estão me pressionando’. Ele precisa assumir essa articulação porque ele precisa dizer o que é a nova política”, ressaltou Maia.

Brasil precisa de projetos

Outro recado do presidente da Câmara é a necessidade de o presidente deixar as redes sociais de lado e trabalhar “no mundo real”. Em entrevista ao “Estadão”, Maia disse que “o Brasil precisa sair do Twitter e ir para a vida real”. Na mesma entrevista, Maia esclareceu que o DEM não faz parte da base do governo no Congresso oficialmente porque ainda não conhece os projetos do presidente para o Brasil.

Neste sábado, Maia disse o mesmo em coletiva de imprensa. “A gente precisa mostrar para a sociedade que a gente tem responsabilidade, que o governo tem responsabilidade, que o governo vai sair de conflitos nas redes sociais e vai para o mundo real”, disse.

O governo não manda no Legislativo

Maia também aproveitou o fim de semana para mandar recados para o ministro da Justiça, Sérgio Moro. Depois de trocarem farpas publicamente, o presidente da Câmara tenta deixar claro que não vai aceitar nenhum tipo de pressão por parte do ministro – ou de qualquer setor do governo – sobre como a Câmara deve conduzir seu trabalho. Moro tentou pressionar Maia para colocar em tramitação o pacote anticrime ao mesmo tempo da reforma da Previdência.

Sempre tive uma relação de muito diálogo com o ministro Moro, sei das boas intenções dele. Agora, quem conhece a Câmara sou eu e sei que ela não tem capacidade de mobilização em dois temas tão relevantes ao mesmo tempo”, disse Maia ao jornal O Globo.

Eleições para a Câmara e Senado

As eleições para presidência na Câmara e no Senado são extremamente importantes para o governo federal. São os presidentes que definem as pautas e o que vai tramitar – e em qual velocidade – nas Casas. A interferência do Executivo nessa eleição, portanto, precisa ser mínima. Se o presidente apoia um candidato que perde, fica em uma situação muito difícil com o Congresso.

Em entrevista ao jornal O Globo, Maia reclamou da interferência do governo federal na eleição da Câmara. “O governo trabalhou contra a minha eleição, através do seu ministro da Casa Civil, até dois dias antes da votação. Tentaram primeiro viabilizar o senador Davi Alcolumbre para me inviabilizar. Depois, tentaram fortalecer um candidato no meu campo. No final, tentaram fortalecer o candidato com mais chances que sobrou”, disse o deputado.

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