Terça-feira, 23 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 23 de dezembro de 2025
O Natal é considerado a época mais maravilhosa do ano, mas o próprio dia pode ter todos os ingredientes necessários para uma briga familiar. Talvez haja um motivo para você não ter visto algumas dessas pessoas o ano todo: você sabe que alguém pode criticar sua comida, pode haver um debate acalorado sobre o jantar e até uma disputa pelo controle remoto da TV.
Psicólogos e especialistas em educação parental dão abaixo suas principais dicas sobre como manter o espírito natalino e evitar desentendimentos familiares.
– 1. Desista do Natal perfeito: Comece recusando-se a perseguir a versão idealizada do Natal que vemos nos filmes, diz a psicoterapeuta e escritora Philippa Perry. “Precisamos diminuir as expectativas sobre o que o Natal nos proporciona, e assim não ficaremos tão decepcionados”, disse ela ao podcast Parenting Helpline, da CBeebies, canal infantil da BBC.
Regras não ditas como “temos que ver todo mundo” só aumentam o estresse, assim como a pressão das redes sociais sobre como o dia de Natal perfeito deveria ser.
– 2. Não entre na competição de presentes: A troca de presentes é uma parte essencial do Natal. Se houver crianças pequenas em casa, os despertares matinais e animados são inevitáveis.
Mas, às vezes, a troca de presentes pode parecer competitiva, especialmente entre familiares distantes, onde os orçamentos podem variar, diz Perry.
A melhor maneira de lidar com isso não é tentar competir ou controlar o relacionamento das crianças com os adultos, mas sim reformular a situação.
Ela incentiva os pais a “deixarem para lá” se avós, tios e tias optarem por mimar os pequenos.
Costa acrescenta que isso pode se tornar uma maneira útil de discutir valores com as crianças mais tarde, enfatizando que presentes maiores não refletem amor.
– 3. Prepare-se para comentários constrangedores: Dinâmicas familiares complicadas não desaparecem só porque é Natal e músicas natalinas clássicas estão tocando.
Num minuto você está alegremente bebendo vinho, no minuto seguinte é questionado sobre por que não é feliz no casamento ou se pretende ter filhos.
Quaisquer ressentimentos, tensões e diferenças de valores permanecerão, com a pressão adicional de corresponder a uma imagem idealizada de famílias felizes.
Comentários passivo-agressivos geralmente vêm do estresse e da insegurança de outra pessoa, diz a psicoterapeuta Sarah Turner. Isso não justifica o comportamento, mas pode torná-lo menos pessoal.
Quando nos sentimos feridos, nosso instinto é nos defender ou nos retrair, mas Turner aconselha a fazer uma pausa primeiro. “Você tem o poder de escolher como responder.”
Outra dica é pedir esclarecimentos. Muitas vezes, os entes queridos reformulam o que disseram em vez de repetir, pois provavelmente sabem que é um comentário carregado de significado.
Se houver um “fundo de verdade” no que eles dizem, reconhecer isso pode ajudar a “acalmar as emoções porque eles se sentem ouvidos”, acrescenta Turner.
– 4. Deixe claro quem é o responsável: As crianças ficam naturalmente entusiasmadas no dia de Natal, mas essa explosão de energia muitas vezes se transforma em grandes emoções de exaustão mais tarde, incluindo birras e lágrimas.
Para evitar que outros membros da família tentem controlar isso, Costa sugere ter uma conversa simples com antecedência para estabelecer as regras.
Ela aconselha algo como: “Eu sei que (a nossa forma de criar os filhos) pode ser diferente da sua… O que mais nos ajuda é manter a consistência, então, se surgir algum problema, deixe conosco.”
Estabeleça alguns pontos simples e inegociáveis, como limites de tempo de tela.
– 5. Não comente sobre as preferências alimentares: O jantar de Natal costuma incluir alimentos como peru, tender e arroz com passas, que raramente comemos no resto do ano. Alguns adultos e muitas crianças simplesmente não gostam desses alimentos.
O que chamamos de “exigência alimentar”, com um tom de desaprovação, muitas vezes é ansiedade e sensibilidade, diz a psicóloga Ritika Suk Birah. A chave para uma refeição agradável é eliminar a carga emocional.
Ofereça algumas opções previsíveis, normalize as preferências diferentes e não transforme a comida em uma questão moral.
“Para os adultos, a autonomia é essencial; ofereça alternativas sem comentários”, diz ela.
Para as crianças, que podem estar experimentando alimentos pela primeira vez, um “prato seguro” junto com os alimentos festivos funciona bem, algo familiar que as ancora para que possam explorar novos alimentos no seu próprio ritmo.
– 6. Combine um plano de TV com antecedência: A televisão pode ser fundamental para o tempo em família no Natal, muitas vezes quando já estamos de barriga cheia e um pouco embriagados.
Mas desentendimentos sobre o que assistir são comuns.
Os parentes mais velhos geralmente querem compartilhar tradições; os mais jovens querem autonomia e novidades, especialmente na era do YouTube.
A melhor abordagem é decidir o plano de programação antes que as emoções estejam à flor da pele, diz Birah. Combinem uma rotação simples: um programa compartilhado, uma escolha individual e um período definido em que as telas são desligadas. As informações são da BBC News.