Quinta-feira, 23 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 22 de outubro de 2025
Os meses mais quentes do ano se aproximam, e o número de frequentadores de academias está aumentando exponencialmente. Rotinas de cardio extremas, metas inatingíveis e, com elas, falta de educação e, acima de tudo, ousadia.
Assim como em outras áreas da vida, nas academias também existem “códigos” implícitos que devem ser seguidos. Tirar a camisa, andar descalço ou tirar fotos são alguns dos dilemas que surgem para os novos frequentadores que não estão acostumados a se movimentar dentro desse círculo de “boa forma”.
Anos atrás, o Conselho Americano de Exercício (ACE, na sigla em inglês) realizou uma pesquisa com mais de mil pessoas que frequentavam academias e haviam desistido. Entre as respostas, constatou-se que 46% dos entrevistados admitiram ter parado de ir à academia porque “está sempre lotada” e que, em ordem de insatisfação, o segundo motivo mais comum foram os maus hábitos dos frequentadores (por exemplo, não limpar uma máquina após o uso ou não permitir que outras pessoas a utilizem).
O que é permitido e o que é desaprovado? Abaixo, especialistas e frequentadores detalham as ações mais comuns e explicam como elas são recebidas pelos colegas.
– 1. Quão aceito (ou permitido) é tirar fotos ou fazer vídeos? Até pouco tempo atrás, esse recurso era exclusivo de influenciadores que aproveitavam as academias para criar conteúdo sobre suas rotinas de bem-estar. Agora, isso não é mais possível: iniciantes, atletas, instrutores e criadores de conteúdo estão usando esse recurso por diversos motivos. Francisco Piperatta, um treinador de celebridades conhecido como “treinador de ursos” e diretor do San Juan Tennis Club, é direto: “Gravar não é bom para cochilar. Problemas surgem frequentemente em academias quando as pessoas se gravam no vestiário ou enquanto fazem rotinas, porque quem passa é filmado sem o seu consentimento. ” Ele também acrescenta que elas são uma fonte de distração para aqueles que estão tentando acompanhar as séries que estão fazendo ou que “vão treinar seriamente”. Quem escapa dessa regra são os treinadores que, segundo Piperatta, costumam filmar seus clientes para apontar erros.
– 2. Ninguém é dono de nenhuma máquina: “Ninguém é dono de nenhuma máquina” é uma das principais disputas que surgem diariamente nesses locais. O código implícito é que todos têm o direito de usar as instalações e que devemos aprender a compartilhar. Para aqueles que fazem várias séries seguidas na mesma estação ou fazem pausas lá com seus celulares, é uma boa ideia fazer as pausas em outro lugar ou ficar atento para ver se alguém por perto está esperando para usar aquele espaço. “Permitir que outros trabalhem na mesma área é um sinal de respeito e um exemplo de camaradagem”, diz Luciano Aguilera, personal trainer e fundador da Ciech Running Team. O mesmo se aplica, explica ele, àqueles que se aproximam de máquinas que acabaram de ser usadas e trocam os pesos sem verificar se o equipamento já está disponível.
– 3. É permitido treinar sem camisa? E sem calçado? Eles são apelidados de “fantasmas” das academias. O adjetivo é sinônimo de fingir, exagerar ou aparentar ser algo que não são. “Em ambientes como esses, por exemplo, pode se aplicar àqueles que posam e tiram a camisa para ‘se exibir’ ou fingir que conseguiram”, diz Simón Crivocapich, fisiculturista amador de 28 anos. “Tirar a camisa é inaceitável e muitas vezes mal visto. Agora, isso também acontece muito com pessoas tirando os tênis porque dizem que eles têm mais aderência para os pés durante o exercício, mas isso também não é permitido”, enfatiza Aguilera. Para ele, fazer isso traz riscos tanto para quem pratica quanto para a academia, pois correm o risco de se machucar com um objeto pesado, o que pode levar a problemas legais.
– 4. Higiene e ordem dos equipamentos: Nesse ponto, ambos os treinadores são inflexíveis. “Sempre, sem exceção”, diz Piperatta. Fazer isso, ele ressalta, é um sinal de respeito pelos colegas e pelo local. Ele também revela que é ideal fazê-lo mesmo que os elementos do local tenham sido raramente utilizados ou que não tenha havido esforço. Embora vários desses centros ofereçam toalhas, panos e álcool para limpeza, Francisco enfatiza: “Não custa nada levar esses produtos na sua bolsa de treino”. Aguilera enfatiza que, semelhante ao ponto dois, sempre que itens como halteres, caneleiras, colchonetes e anilhas forem utilizados, eles devem ser devolvidos ao seu devido lugar após o uso. Essa diretriz ajuda a manter a ordem e a organização no estabelecimento.
– 5. O dilema da voz e da música alta: Grunhir, choramingar e gritar ao levantar pesos pesados pode ser benéfico para quem está fazendo isso, mas não para quem está ao redor. Aguilera explica que isso é desaprovado e exagerado, exceto no caso de atletas que fazem levantamentos extremos. O mesmo código de conduta se aplica a quem passa o tempo fazendo ligações ou enviando gravações de áudio em voz alta. “Tem um cara na minha academia que, desde o momento em que entra até o momento em que sai, passa o tempo enviando gravações de áudio sobre o treino, e a maneira como ele se movimenta pelo local impossibilita não se distrair”, diz Sofía Bellategui, de 23 anos. Terceiro ponto, mas não menos importante: assim como com o áudio de voz, ninguém quer se distrair com música alta, podcasts ou vídeos. E combater isso é simples: basta usar fones de ouvido.
– 6. Entrada e saída das aulas coletivas: “Chegar atrasado é desrespeitoso não só com o professor que está dando a aula, mas também com os colegas”, reconhece Piperatta. Ele acrescenta que isso significa diminuir o ritmo da aula, pois o instrutor terá que explicar os exercícios com antecedência ou fazer um aquecimento. “Alguns também chegam e atravessam a sala para procurar tapetes ou objetos na frente deles, e acabam atrapalhando a dinâmica da aula”, completa, acrescentando que o mesmo acontece quando saem mais cedo. As informações são do jornal La Nación.