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Música Velório de Elza Soares no Rio de Janeiro tem fila de fãs e homenagem da Mocidade

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Uma das maiores cantoras do Brasil, Elza morreu em casa, de causas naturais, aos 91.

Foto: Reprodução
Uma das maiores cantoras do Brasil, Elza morreu em casa, de causas naturais, aos 91. (Foto: Reprodução)

O corpo de Elza Soares, que morreu aos 91 anos nesta quinta-feira (20), está sendo velado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, no Centro. Integrantes da Mocidade Independente de Padre Miguel, escola de Elza, deram uma salva de palmas à intérprete.

A cerimônia começou às 8h, fechada para familiares e amigos, e abriu para o público às 10h. Pouco antes, fãs já faziam uma fila na porta do teatro.

Dilma e Virna, filha e neta de Elza, foram umas das primeiras a chegar para se despedir. Elas não quiseram dar entrevistas.

Coroas de flores eram entregues a todo momento. Uma delas foi enviada pelo prefeito Eduardo Paes (PSD).

“Quero saudar a família, sempre quem mais sofre. Eu vou pedir desculpas ao mesmo tempo porque hoje é o dia de celebrar a vida dessa mulher. A gente vive um momento estranho no Brasil porque tudo que ela defendeu é atacado”, declarou Paes, que também foi ao velório.

“Elza representava muita coisa: mulher, preta, forte, resiliente. Caía e se levantava”, emendou.

Cortejo cruzará o Rio

A cerimônia no Municipal estava prevista para terminar às 14h, quando um carro do Corpo de Bombeiros fará o traslado em carro aberto da Cinelândia até o Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste.

O cortejo passará pela Avenida Atlântica, em Copacabana, onde Elza morou por muitos anos.

No Jardim da Saudade, mais um velório será realizado na Capela VIP, às 15h, restrito a familiares e amigos.

O sepultamento está previsto para as 16h, no setor do Cristo Redentor.

Morte por causas naturais

A informação da morte foi dada pela assessoria de imprensa da cantora: “É com muita tristeza e pesar que informamos o falecimento da cantora e compositora Elza Soares, aos 91 anos, às 15 horas e 45 minutos em sua casa, no Rio de Janeiro, por causas naturais”, disse o comunicado.

O empresário Pedro Loureiro conta que Elza Soares falou a familiares em seus últimos momentos que pressentiu a morte.

Do sambalanço à eletrônica

Elza Gomes da Conceição é considerada uma das maiores cantoras da música brasileira, com carreira no samba que começou no final dos anos 1950. O início veio como parte da cena do sambalanço com “Se Acaso Você Chegasse”, em 1959.

Nos 34 discos lançados, ela se aproximou do samba, do jazz, da música eletrônica, do hip hop, do funk e dizia que a mistura era proposital. O último disco lançado foi “Planeta Fome”, em 2019.

A expressão era uma alusão ao episódio em que foi constrangida por Ary Barroso no programa de calouros de que participou nos anos 50. “De que planeta você vem, menina?”, ele disse. E ela respondeu: “Do mesmo planeta que você, seu Ary. Eu venho do Planeta Fome.”

“Eu sempre quis fazer coisa diferente, não suporto rótulo, não sou refrigerante”, comparava Elza. “Eu acompanho o tempo, eu não estou quadrada, não tem essa de ficar paradinha aqui não. O negócio é caminhar. Eu caminho sempre junto com o tempo.”

Desde que lançou o álbum “A mulher do fim do mundo”, em 2015, a cantora viveu mais uma fase de renascimento artístico. “Me deixem cantar até o fim”, pediu Elza em verso da música que batiza o álbum.

Começo no samba

Mais voltada para o samba, a primeira fase da cantora tem discos gravados nos anos 60 com o cantor Miltinho (1928–2014) e o baterista Wilson das Neves (1936–2017).

Fazem parte desta era lançamentos como “O samba é Elza Soares” (1961), “Sambossa” (1963), “Na roda do samba” (1964) e “Um show de Elza” (1965).

Outras fases vieram. Nos anos 70, escolheu cantar o samba de ritmo mais tradicional. A fase rendeu sucessos como “Salve a Mocidade” (Luiz Reis, 1974), “Bom dia, Portela” (David Correa e Bebeto Di São João, 1974), “Pranto livre” (Dida e Everaldo da Viola, 1974) e “Malandro” (Jorge Aragão e Jotabê, 1976).

A cantora amargou período de ostracismo na década de 1980. Pensou até em desistir da carreira, mas resolveu procurar Caetano Veloso, em hotel de São Paulo, para pedir ajuda.

O auxílio veio na forma de convite para participar da gravação do samba-rap “Língua”, faixa do álbum do cantor, “Velô” (1984).

Essa participação mostrou a bossa negra de Elza Soares a uma nova geração e abriu caminho para que a cantora lançasse, em 1985, um álbum menos voltado para o samba. “Somos todos iguais” tinha música de Cazuza (1958–1990).

Em 2002, com direção artística de José Miguel Wisnik, fez um dos álbuns mais modernos da discografia, “Do cóccix até o pescoço”. No ano seguinte, foi a vez de “Vivo feliz”, mais voltado para a eletrônica.

Elza seguia fazendo shows até antes da pandemia da Covid-19 e cantou em lives. Ela estava produzindo um novo álbum de estúdio que pode ter lançamento póstumo.

Nesta semana, ela também se apresentou em shows no Theatro Municipal de São Paulo que foram gravados para o lançamento de um DVD.

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