Sábado, 08 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 15 de agosto de 2015
Com a falta de alimentos básicos nas prateleiras dos supermercados e o aumento no número de saques, os venezuelanos passam a noite em frente às lojas fechadas. “Não consigo comprar leite para meu filho. O que vamos fazer?”, disse, às lágrimas, Leida Silva, 54 anos, do lado de fora de um mercado ao norte de Maracaibo. Ela chegou no local às 3h.
Muitas pessoas que passam as noites nas filas se acomodam em caixas de papelão achatadas para conseguirem ao menos tirar um cochilo. Outras preferem tomar café para se manterem acordadas. Mas praticamente todos lamentam a situação.
A escassez de alimentos na Venezuela se dá em razão dos controles cambiais que restringem a disponibilidade de dólares norte-americanos no setor de importações. Os baixos preços do petróleo, estado de recessão e uma inflação galopante têm piorado o panorama econômico.
Dezenas de tentativas de saques têm ocorrido em 2015, aumentando o medo de que a falta de produtos se agrave. Muitos Estados decidiram proibir as filas formadas à noite em frente aos estabelecimentos no início deste ano, sob a justificativa dos crimes recorrentes.
Contrabando
Soldados com escudos, bombas de gás lacrimogêneo e rifles patrulham a região de Maracaibo. Além de lidar com a escassez, moradores convivem com contrabandistas, que se aproveitam que o governo fixa os preços de alguns produtos para comprá-los e revender mais caro na Colômbia.
O presidente Nicolás Maduro diz que os criminosos estão prejudicando os mais pobres. “O que é um bachaquero? É um ser humano que se tornou selvagem”, discursou, na terça-feira. (AE)