Terça-feira, 21 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 26 de novembro de 2017
A saída de um minissubmarino de resgate norte-americano, que estava sendo preparado para zarpar na noite de sábado (25) em direção à área de buscas da embarcação argentina desaparecida há 11 dias no Atlântico Sul, foi postergada em meio a um alerta de ventos fortes.
O navio Sophie Siem, que levaria o minissubmarino, está no Porto de Comodoro Rivadavia, na Província de Chubut, e poderia sair à tarde, segundo a imprensa local.
O Serviço Meteorológico Nacional divulgou alerta por “ventos intensos do setor… por volta do meio-dia, com velocidades entre 50 e 90 quilômetros por hora, com rajadas”, segundo informa na sua página na internet.
O navio vai demorar cerca de 24 horas para chegar à região de busca do submarino argentino ARA San Juan, desaparecido no dia 15 de novembro com 44 tripulantes, depois de relatar falha nas baterias.
Enrique Balbi, porta-voz das Forças Armadas, postergou em duas horas a entrevista coletiva prevista para o meio-dia deste domingo (26).
Autoridades argentinas informaram na quinta-feira que o submarino havia sofrido uma explosão. Com isso, muitos familiares dos marinheiros passaram a considerá-los mortos, enquanto uma operação internacional se concentra nas buscas de rastros do navio.
“Estamos na incerteza total”, disse à Reuters María Victoria Morales, mãe do tripulante Luis García.
A operação internacional de buscas e resgate, que inclui cerca de 4.000 pessoas e 30 aviões e barcos da Argentina, Estados Unidos, Reino Unido, Brasil e Chile, entre outros países, não mostrou nenhum progresso.
O ARA San Juan, construído na década de 1980 na Alemanha, foi submetido em 2008 a um processo de “reparação”, que levou mais de dois anos e implicou a substituição dos seus motores a diesel, entre outros trabalhos de manutenção, segundo dados oficiais.
Primeiro comandante
Carlos Zavalla foi o primeiro comandante do submarino argentino desaparecido ARA San Juan e acompanhou a construção da embarcação entre 1983 e 1985, na Alemanha. “Levo boas lembranças do San Juan. Desenhei seu escudo com meu irmão já falecido”, afirmou, emocionado.
O militar aposentado entende bem das dificuldades de buscas em alta profundidade e tem poucas esperanças de que encontrem a embarcação. “Fiz a viagem inaugural de lá até Mar del Plata, onde passei mais dois anos no comando testando o submarino em exercícios militares internacionais e incorporando o sistema de armas”, relatou.
Zavalla contou que o equipamento foi todo renovado e reinaugurado em 2014. Em 2017, ele já tinha feito três viagens de 15 ou 20 dias. Cada vez que o submarino vai fazer uma viagem, ele passa por um check list feito ainda no porto que demora 48 horas. É um momento onde se testam todos os sistemas e se corrigem pequenas falhas.
A bateria foi trocada na reforma. Pode se comprar uma nova, o que é muito caro, ou se usa o que está útil de cada uma como a carcaça. Este recipiente, segundo Zavalla, foi reutilizado, mas todo o resto é novo. E estava comprovado que funcionava bem já que faz dois anos que estavam em operação.