Quinta-feira, 18 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 18 de julho de 2019
O líder de uma milícia que age na região da Baixada Fluminuense seria um vereador do município de Queimados, segundo o Ministério Público Estadual. Davi Brasil Caetano (Avante) estaria comandando o grupo “Caçadores de Ganso” que age principalmente em três condomínios do Minha Casa Minha Vida, que são o Valdariosa, o Ulysses Guimarães e o Eldorado. O parlamentar foi preso nesta quinta-feira (18). Ele também é policial militar reformado e foi investigado em 2017 pelo Ministério Público.
Conforme o MP, Davi fazia a coordenação de todos os outros integrantes do grupo. Ele ainda teria sido responsável por expandir essa milícia, que começou no condomínio Ulysses Guimarães. A promotora de Justiça, Mariana Segadas, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), disse que o vereador é acusado de vários homicídios e responsável pela exploração da atividade de distribuição clandestina de sinal de TV a cabo, além da venda de botijões de gás e de água mineral. A promotora disse também que o grupo inovou: qualquer morador que fosse fazer um churrasco era obrigado a comprar a carne, linguiça, asa de frango e carvão, com a milícia, o chamado “kit churrasco”.
A Executiva Estadual do Avante no Rio de Janeiro, partido do parlamentar, disse, em nota, “que foi surpreendida com os fatos, aguarda a evolução das investigações, e remeterá a análise do caso à Comissão de Ética do partido”.
Operação
A Operação Hunter foi desencadeada com a finalidade de cumprir mandados de prisão e busca e apreensão contra pessoas ligadas à milícia e ao tráfico de drogas na região, com atuação em condomínios do programa Minha Casa, Minha Vida. A ação contou com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do Ministério Público e da Superintendência de Inteligência do Sistema Penitenciário. Foram denunciadas 34 pessoas, sendo que 26 foram presas, entre elas o ex-secretário de Defesa Civil de Queimados e atual vereador, Davi Brasil Caetano.