Domingo, 28 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 22 de março de 2016
Com câmeras secretas, duas mulheres registraram a realidade da vida na cidade de Raqqa, reduto do EI (Estado Islâmico) na Síria. Mesmo sabendo que se fossem descobertas perderiam suas vidas, as duas se arriscaram na tentativa de mostrar como a população é oprimida no regime imposto pelo grupo extremistas. Em várias cenas do filme gravado para o jornal sueco Expressen, são mostrados combatentes armados nas ruas, além ataques dos jihadistas a prédios e execuções de pessoas.
Opressão sistemática.
Também aparecem mulheres com os corpos cobertos ao andar nas ruas e sempre acompanhadas, já que são proibidas de sair de casa sozinhas e punidas se não se cobrirem. Em um momento dos vídeo, uma das autoras é parada por um extremista que pede para ela ajeitar seu véu. Nem mesmo uma embalagem de tinta para cabelo fica de fora da opressão do EI. As embalagem dos produtos expostos em uma farmácia têm os rostos das modelos riscados.
Destruição da cultura local.
“Todas as mulheres gostam de mostrar seus rostos. Nós perdemos essa opção, perdemos nossa feminilidade”, relata uma das cinegrafistas que usa o nome de Om Mohammad. Ela conta que quando o EI tomou conta da cidade, as mulheres eram autorizadas a vestir niqabs (véus) normais e não eram obrigadas a usar luvas pretas ou cobrir os olhos ao sair de casa. Mas, a cada semana, conta ela, novas regras eram impostas. “Escolas para meninas foram fechadas e o ensino começou a ser comandado pelos estudos da lei islâmica. Todo o sistema educacional desapareceu e foi substituído pelas escolas do EI”, denuncia Om Mohammad. (AG)