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Brasil A violência barrou os trabalhos dos Correios em quase metade dos endereços do Rio

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Restrição nas entregas já chegou a 43,6% do total dos endereços da cidade. (Foto: Reprodução)

A explosão da criminalidade nos últimos anos levou os Correios a suspender a entrega de produtos em quase metade do Rio de Janeiro (RJ). Dos 27.616 endereços da cidade, há algum tipo de restrição em 12.037 deles, o que equivale a 43,6% do total. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

Em mais da metade deles (6.469), a entrega só ocorre com o uso de aparato especial de segurança, como escolta armada, o que obrigatoriamente provoca a ampliação dos prazos para recebimento de produtos. No restante dos casos (5.568), porém, a distribuição não ocorre de forma nenhuma os clientes precisam buscar a encomenda em uma unidade dos Correios.

Esses dados fazem parte de levantamento feito pela Folha em dados que integram a base do sistema de informação dos Correios. Tabulação semelhante feita pela reportagem no final do ano passado revelou problemas de entrega na cidade de São Paulo em 29% dos CEPs da cidade.

Os dados do Rio de Janeiro, que teve intervenção federal na segurança pública decretada na última sexta-feira (16) pelo presidente Michel Temer, mostram que há algum tipo de restrição em quase todas as regiões.

Na Zona Norte, por exemplo, há uma série de distritos com veto total de entregas em 100% dos endereços. Nesta lista estão bairros como Acari, Anchieta, Colégio e Costa Barros, a cerca de 30 km do Centro da cidade.

A maior quantidade de CEPs sem restrição de entrega está na Zona Oeste e na Zona Sul, como Botafogo, Ipanema, Copacabana, mas até essas regiões na área nobre estão cravejadas de pontos sem acesso dos carteiros, em comunidades controladas pelo crime em meio a bairros mais ricos.

Em Costa Barros, na Zona Norte, mora a aposentada Dalva Deia Ferreira Silva, 58 anos, que precisa pegar dois ônibus e enfrentar um trajeto de quase uma hora para buscar encomendas na unidade de distribuição dos Correios mais próxima da casa dela, em Ricardo de Albuquerque, bairro que também sofre com a restrição total de entrega. Os carteiros não entregam produtos nem na própria rua da unidade desse bairro.

“Eu saí de casa às sete horas da manhã e cheguei só agora. É contramão para mim”, disse ela, por volta das 9h20min, no último sábado (17). “A situação nunca foi boa, mas agora está braba demais, está feia mesmo. Tem bandido demais”, disse ela.

Morador de Deodoro, do outro lado da avenida Brasil, a principal via do Rio, o analista de sistema Alex Camargo Lima, 38, também passou nesse mesmo centro de distribuição dos Correios na manhã de sábado.

Em seu endereço, conta ele, os Correios só fazem pequenas entregas. “Só entregam envelopes. Se for uma caixinha, independente do valor do produto, eles não levam, porque é área de risco”, disse ele que, devido a um acidente recente, foi à agência de muletas e de táxi. “Além do frete, que não é grátis, eu tenho que pagar R$ 20 de táxi para vir, e outros R$ 20 para voltar”, disse.

O Rio de Janeiro passa por uma crise política e econômica, com graves reflexos na segurança pública. Desde junho de 2016, o Estado está em situação de calamidade pública. Não há recursos para pagar servidores e para contratar PMs aprovados em concurso. Policiais trabalham com armamento obsoleto e sem gasolina nos veículos. Faltam equipamentos como coletes e munição.

“Vamos ter esperança [sobre a intervenção federal]. Mas, infelizmente, vivemos apenas de promessas que nunca se concretizam”, disse a mulher de Alex, a dona de casa Daniele Lima, 36, em referência a outras ações com participação das Forças Armadas os militares estão no Estado desde setembro passado, mas as ações dos criminosos não cessaram desde então.

O plano de intervenção federal deve ser implantado a partir desta semana, logo após a ação passar pelas aprovações da Câmara e do Senado. Os detalhes ainda não estão fechados, mas sabe-se que os militares trabalharão em conjunto com as polícias, já que, pela Constituição, as Forças Armadas não têm poder de polícia. Os 45 mil homens da PM e outros 10 mil da Polícia Civil serão o principal instrumento de trabalho do general do Exército Walter Souza Braga Netto, interventor federal no Estado.

Os Correios disseram que têm feito esforços para tentar reduzir os ataques à empresa e aos seus funcionários, mas afirmam que a situação do Rio configura uma situação endêmica de falta de segurança. O ambiente de violência, ainda segundo nota, afeta toda a cadeia produtiva do Estado e causa impacto ao cliente final, já que diferentes empresas não conseguem entregar produtos.

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