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Por Redação O Sul | 20 de novembro de 2019
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (20) que não é possível acabar com o desmatamento e com as queimadas no Brasil, já que, segundo ele, trata-se de uma questão “cultural”.
Bolsonaro deu a declaração durante entrevista na saída do Palácio da Alvorada, em Brasília. Ele foi questionado se conversou com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sobre os dados divulgados pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) que apontam o aumento do desmatamento na Amazônia.
“Você não vai acabar com desmatamento nem com queimadas, é cultural. Eu vi a Marina Silva criticando anteontem. No período dela tivemos a maior quantidade de ilícitos na região amazônica”, respondeu Bolsonaro.
Conforme o Inpe, a área desmatada na Amazônia foi de 9.762 km² entre agosto de 2018 e julho de 2019, um aumento de 29,5% em relação ao período anterior (agosto de 2017 a julho de 2018), que registrou 7.536 km² de área desmatada.
Os dados, divulgados na segunda-feira (18), são do Prodes (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite), considerado o mais preciso para medir as taxas anuais. O Prodes é diferente do Deter (Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real), que mostra os alertas mensais e já sinalizava tendência de aumento.
O presidente da República foi questionado se mudar regras de regularização fundiária seria uma opção para combater o desmatamento. Segundo ele, o governo pretende dar a titularidade de áreas para os proprietários, a fim de identificar os responsáveis por eventuais crimes.
“Nós queremos é titularizar as terras. Daí, uma vez havendo o ilícito, você sabe quem é o dono da terra. Hoje em dia você não sabe”, argumentou. Bolsonaro ainda afirmou que a titularização por autodeclaração tem “previsão” de entrar em uma medida provisória.