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| Você prefere robôs com nomes de mulheres ou de homens?

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Robô Judite, criado para ajudar em tarefas domésticas. (Foto: Reprodução)

Ross, cuja principal habilidade é vasculhar a legislação em busca de respostas para questões jurídicas complexas, acabou de ser contratado por um importante escritório de advocacia. Siri é muito inteligente também, mas se encarrega de outras tarefas como agendar compromissos, fazer ligações ou dar sugestões para o jantar.

Os dois não são gente, mas foram criados para interagir com humanos: são serviços que usam inteligência artificial para ajudar seus usuários nas mais diversas tarefas.

O fato de o sistema para advogados ter recebido um nome de homem e a assistente da Apple ter designação feminina, assim como suas colegas Cortana, da Microsoft, ou Alexa, da Amazon, reacendeu um debate sobre o sexismo na tecnologia.

“Todas as assistentes que usam inteligência artificial recebem nomes femininos, mas o advogado ganhou o nome de Ross”, tuitou a jornalista americana Rose Eveleth após a notícia de que o serviço havia sido contratado pelo primeiro cliente, o escritório BakerHostetler.

Não se trata apenas de nome: as pessoas estão cada vez mais acostumadas a serem ajudadas por vozes femininas, usadas como padrão em serviços como o Waze.

Há algumas explicações técnicas para isso, diz Flavio Tonidandel, professor de Ciência da Computação: vozes femininas soam melhor em alto-falantes menores como os usados em robôs ou nos celulares.

Mas há quem veja as assistentes pessoais como mais promissoras do ponto de vista do mercado – mais aceitas por um público acostumado a ser assistido por mulheres.

“O mercado é sexista. Isso se reflete”, diz Esther Colombini, especialista em robôs e inteligência artificial.

Andrew Arruda, presidente-executivo da companhia canadense que criou Ross, diz que questões de gênero não foram consideradas no momento de criar a ferramenta. Para ele, “sistemas de inteligência artificial não são humanos, então não são femininos ou masculinos”.

“Eu acho que a inteligência artificial é emocionante porque haverá uma tonelada de perguntas que nos forçarão a considerar o ‘status quo’ da sociedade humana”, afirmou.

Neutralidade.
Há quem duvide dessa neutralidade, caso de Kathleen Richardson, pesquisadora de Ética em Robótica da Universidade De Montfort, no Reino Unido. Para ela, essas ferramentas não são neutras porque foram criadas por humanos e, ao fim de tudo, têm objetivos comerciais.

“Na sociedade, é esperado que as mulheres cuidem das crianças, dos mais velhos. Essa ideia cultural é traduzida para a tecnologia”, declarou.

Trata-se de uma discussão que já existia no setor de robótica, onde a situação é, de certa forma, invertida. Críticos já apontaram que robôs com características femininas já estão em desvantagem.

“É mais fácil fazer um robô masculino. Para fazer uma mulher, tem os detalhes do corpo, muita gente quer aquela boca mais sensual”, explica Roseli Romero, especialista em Engenharia Elétrica.

Ela afirma que a maioria dos humanoides que conhece tem feições mais masculinas – mesmo nos casos em que as fabricantes as designam como “neutros”. O Asimo, da Honda, um dos mais famosos, é descrito assim pela fabricante, mas a maioria o encara como “menino”.

Há também um desconforto, por exemplo, com a crescente criação de máquinas inteligentes femininas voltadas ao sexo. Richardson gerou barulho, em 2015, ao criar uma campanha contra o sexo com robôs, por considerar que a prática reproduz a exploração contra as mulheres.

Curiosamente, havia apenas uma “menina”, Judite, entre os quatro representantes do Brasil na categoria de robôs para o lar na última edição do torneio internacional Robocup. (Folhapress)

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https://www.osul.com.br/voce-prefere-robos-com-nomes-de-mulheres-ou-de-homens/ Você prefere robôs com nomes de mulheres ou de homens? 2016-05-31
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