Quarta-feira, 07 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 8 de agosto de 2015
Se você tem 20 anos de idade em 2015, suas chances de ver a igualdade de gênero no mercado de trabalho em todo o mundo já são pequenas. De acordo com a previsão do Fórum Econômico Mundial, será preciso esperar até 2095 para que isso aconteça, caso o ritmo das transformações continue o mesmo. Estatísticas mostram que a desigualdade de gênero – da qual a diferença salarial faz parte – tem diminuído na última década. No entanto, esta diminuição tem sido lenta e irregular.
O assunto voltou à tona após declarações recentes do primeiro-ministro britânico, David Cameron, que prometeu diminuir a desigualdade de salários entre homens e mulheres em uma geração. No Reino Unido – que está na 26 posição no ranking geral sobre desigualdade de gênero e na 48 posição no ranking que mede a igualdade de salários entre homens e mulheres para o mesmo emprego – a mudança em uma geração poderia ser possível. No entanto, o cenário é diferente em outros países e regiões.
Oportunidades econômicas.
O Brasil está na posição 124, entre 142 países, no ranking de igualdade de salários por gênero. Entre os 22 países das Américas neste ranking, aparece em 21 lugar, à frente apenas do Chile e atrás de países como Honduras, Panamá e Bolívia.
Segundo o relatório “Progresso das Mulheres no Mundo 2015-2016: Transformar as Economias para Realizar os Direitos”, publicado pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 2015, a diferença entre a remuneração de homens e mulheres diminuiu de 38% em 1995 para 29% em 2007.
Mesmo assim, de acordo com a pesquisa Estatísticas de Gênero 2014, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a renda média das brasileiras corresponde a cerca de 68% da renda média dos homens.
Para o ranking do Fórum Econômico Mundial, a desigualdade de gênero em um país é calculada a partir de uma série de variáveis: fatores econômicos, saúde, educação e participação política das mulheres em comparação com os homens em determinada sociedade.
Os especialistas medem não só a participação econômica das mulheres – ou seja, quantas elas são na força de trabalho de um país –, mas também a oportunidade econômica, que se relaciona com a qualidade dos empregos que as mulheres têm mais possibilidades de conseguir.
De acordo com o Relatório Global de Desigualdade de Gênero 2014, a oportunidade econômica para as mulheres é especialmente relevante para países em desenvolvimento – onde as mulheres podem conseguir empregos com relativa facilidade, mas não conseguem ser promovidas a melhores posições com melhores salários.
Melhores e piores.
No ranking geral, os países nórdicos aparecem no topo da lista como os menos desiguais. A Nicarágua, no entanto surpreende em sexto lugar, principalmente por causa de seu alto índice de empoderamento político das mulheres e de acesso à saúde. Mesmo assim, o país não é bem classificado quando se trata de igualdade de salários – cai para a 93 posição.
De acordo com Zahidi, Ruanda aparece em sétimo entre os países mais igualitários porque “há quase tantas mulheres quanto homens no mercado de trabalho”, o que o torna o país com a menor desigualdade de gênero no continente africano.
As Filipinas são o país asiático com a melhor qualificação, em nono lugar, e sua posição se baseia principalmente nas notas altas do quesito igualdade de salários em atividades semelhantes entre homens e mulheres. Em geral, as mulheres em países onde há conflitos e deslocamento de pessoas sofrem mais. As últimas posições do ranking são dominadas por países do norte da África e do Oriente Médio. (AG)